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Tel Shakira da SLG teve 50% arrematado em leilão por R$ 650 mil em março (Foto: Beto Falcão)

 

Antes da pandemia de coronavírus avançar pelo Brasil, uma égua entrou para um seleto grupo de animais que valem mais de R$ 1 milhão. É a alazã Tel Shakira da SLG, que teve 50% arrematado por R$ 650 mil no Leilão Haras Tarlim Mangalarga, em 7 de março.

Ao todo, o remate movimentou R$ 4,355 milhões. Outro destaque da noite foi a matriz Jacira SP do Papu, que teve 50% adquirido por R$ 478 mil. Mas o que faz com que cavalos e éguas possam valer tanto e sejam tão disputados a cada pregão?

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A consistência genética é um desses fatores, explica Fernando Tardioli, proprietário do leilão Haras Tarlim. “Filhos de grandes éguas de produção comprovadíssima e que já produziram outros animais que se destacaram sempre são mais valorizados”, afirma.

O investimento, que, muitas vezes ultrapassa a casa dos milhões, tem retorno também a partir de resultados em competições, exposições e, acima de tudo, com a venda produtos e subprodutos dos animais.

(Foto: Beto Falcão)

 

Os produtos são os filhos gerados por eles. “Você compra uma potra ou uma égua e vende seus filhos. Dessa forma, ela certamente já paga o investimento”, afirma Tardioli.

Já os subprodutos têm uma série de opções aos donos de animais. No caso das fêmeas, a venda de embriões, óvulos e direitos de reprodução são negócios feitos constantemente. "Direitos de reprodução é o aluguel da fêmea e o que o comprador coletar de óvulos e embriões durante o período acordado, pertence a ele”, explica.

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Os cavalos dão retorno a partir do sêmen comercializado e pacotes vitalícios de cobertura que, de acordo com o titular do leilão, é a compra do direito de cinco coberturas de um determinado cavalo para o resto da vida. “Você tem o direito de emprenhar cinco éguas com aquele animal”.

Outra alternativa é a venda de clones. “Eu compro uma égua extraordinária, contrato um laboratório de biotecnologia, faço um clone e vendo ele em gestação, por exemplo”, diz Tardioli. Além disso, existe a venda dos direitos de clonagem, em que o investidor pode usar o material ou mantê-lo como um seguro genético.

Egito da Tarlim, que aos 14 meses foi arrematado 50% por R$ 431,6 mil (Foto: Beto Falcão)

 

Retorno do investimento

O dono do Haras Tarlim também destaca que a disputa por animais nos leilões se dá pela qualidade. E ressalta que, para não se desfazer de todos, aplica o conceito de condomínios.

Eu vendo 30%, 50% dos animais, porque assim ele continua sendo meu, gerando a genética para que eu possa trabalhar e fazer as próximas gerações

Fernando Tardioli, proprietário do leilão Haras Tarlim

Os animais atingem valores tão expressivos porque o investidor também dispõe de uma saída além do óbvio, que é revender. “Uma potra inédita, que ganha cinco, seis campeonatos no ano, quando é vendida se valoriza, mas o vendedor não precisa ficar sem a genética. Por isso que eles se valorizam e garantem retorno para o investidor”, finaliza Tardioli.
Source: Rural

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