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Pecuarista é filha de um francês que imigrou do Marrocos para o Brasil e de uma mineira (Foto: Divulgação)

 

Em quase 30 anos na pecuária leiteira, a mineira Huguette Emilienne Françoise Collin de Noronha Guarani vivenciou de tudo. Crises econômicas no país, trocas de moedas e a já conhecida instabilidade no mercado de leite – que faz da atividade um desafio.

Mas não foi só isso. Uma das maiores produtoras de leite do Brasil, teve ainda de lidar com um drama pessoal, que a abalou muito, mas não a impediu de seguir em frente: a morte, em 2011, de seu marido, Flavio de Noronha Guarani, com quem tocava a Fazenda São João True Type, localizada em Inhaúma, em Minas Gerais.

Segundo dados preliminares do ranking MilkPoint sobre as 100 maiores fazendas de leite do país, a São João ocupou, em 2019, o nono lugar, com produção anual de 14,6 milhões de litros e média diária de 40.100 litros de leite. 

Ser mulher e estar entre os dez maiores produtores de leite do país é uma posição que Huguette, filha de um francês que imigrou do Marrocos para o Brasil e de uma mineira, trata de forma natural. “Para mim, é um trabalho que desempenho com a naturalidade de qualquer outro. Não me vejo fazendo outra coisa”, diz, com voz calma.

É um trabalho que desempenho com a naturalidade de qualquer outro. Não me vejo fazendo outra coisa

 

Viúva e com três filhos, dois deles adolescentes à época, questionou-se como faria a gestão da fazenda sozinha. “Em momentos assim, a gente fica um pouco nas nuvens, sem saber o que fazer. Me vi muito sozinha. Me ancorei nas pessoas próximas, no corpo técnico (da fazenda).” Auxiliada por “pessoas boas”, superou o período difícil e, aos poucos, voltou ao dia a dia da propriedade.   

A produtora mineira de 57 anos acredita que paixão e persistência contam para que os negócios tenham bom resultado. Mas atribui também o desempenho aos investimentos em genética, em novas tecnologias e em melhorias no manejo do rebanho. Além disso, diz, reciclagem de conhecimentos e atualizações são “imprescindíveis” numa atividade em que centavos fazem a diferença.

É com essa bagagem que ela prepara o filho mais velho, Rafael, de 34 anos, para comandar a fazenda. Os outros dois, Marcel e Victor, respectivamente com 23 e 22 anos, são estudantes  e não estão envolvidos com a atividade. Rafael já faz a gestão do dia a dia da propriedade (que tem 87 funcionários), mas sempre consulta e discute os temas relacionados à operação com a mãe.
Source: Rural

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