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Alberto Fernández está à frente da chapa que lidera as pesquisas de intenção de voto na Argetina (Foto: Getty Images)

 

Quase 34 milhões de argentinos estão aptos para ir às urnas neste domingo (27/10) em eleição pode marcar a volta do peronismo ao poder, com Alberto Fernández como presidente e Cristina Kirchner, vice-presidente. A aliança deles, a Frente de Todos, lidera todas as pesquisas de intenção de votos com uma diferença em torno de 20 pontos porcentuais da coligação do presidente Mauricio Macri e o senador Miguel Pichetto, Juntos pela mudança.

O resultado que as pesquisas indicam que não é o desejado pelos produtores rurais, já que os dois mandatos de Cristina Kirchner (2007 a 2015) foram considerados por eles como os piores da história para o setor, com medidas de restrições, como sobretaxas e cotas de exportação.

A Frente de Todos unificou os diferentes grupos políticos do Partido Justicialista (PJ), também chamado de Peronista, e arrasou nas primárias realizadas em 11 de agosto, quando obteve 47,78% dos votos, bem acima de Macri, que obteve 31,79%. Depois de quatro anos de mandato, o presidente do partido de centro-direita Proposta Republicana (PRO) que formava a aliança Cambiamos com a União Cívica Radical (UCR), buscou o peronista Pichetto para competir com a dupla kirchnerista. Porém, a fórmula parece não ter surtido efeito, já que as pesquisas de opinião pública mostram que Fernández teria cerca de 50% dos votos contra 33% de Macri.

Se o prognóstico for confirmado, a eleição será decidida neste primeiro turno, já que a lei eleitoral diz que para vencer nesta instancia, o candidato precisa ter 45% dos votos ou 40% mais uma diferença de 10 pontos porcentuais do segundo colocado.

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“Macri deixa o país em pior situação do que encontrou” quando sucedeu Cristina Kirchner, em dezembro de 2015, disse Fernández reiteradamente durante a campanha. A inflação acumulada para o ano já e de quase 60%; a pobreza subiu a 35,4% mas até o final de dezembro poderia rondar os 40%; cinco mil indústrias fecharam suas portas; mais de um milhão de postos de trabalho nas indústrias foram fechados; o peso sofreu uma mega desvalorização e era cotado nesta semana a quase 63 pesos por dólar; e uma dívida pública insustentável.

Mesmo com tantos desequilíbrios macroeconômicos que levaram o país a uma profunda crise, outra vez, os ruralistas preferiam uma vitória de Macri porque temem novas restrições ao mercado e aumentos dos impostos de exportações, as chamadas retenções. Para o presidente das Confederações Rurais da Argentina, Dardo Brieva, representante dos médios e produtores, os sinais são de alerta porque a comissão técnica agropecuária da campanha apresentou um documento aos representantes do setor que chocam com as propostas que eles apresentaram ao candidato no final de agosto.

Entre outras medidas, o documento contempla a eliminação das retenções somente para as economias do interior que se encontram em crise, segmentação das retenções, regulação das divisas geradas pelas exportações do setor e uma maior carga tributária.  “São receitas totalmente opostas às que apresentamos ao candidato e repetem erros do passado”, explicou Brieva completando que os produtores são contra qualquer medida de vigilância de preços, preços de referências, limitações das exportações, novos impostos, controles de cambio e outras que eles acreditam que serão tomadas em um eventual governo de Alberto.

Além de presidente e vice-presidente, os argentinos vão eleger 130 deputados e 24 senadores, além de governadores de seis das 27 províncias. Pela legislação local, as províncias podem ter cronogramas eleitorais próprios e a maioria não segue o calendário nacional.
Source: Rural

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