Skip to main content

Segundo o ministro o óleo coletado foi analisado e a conclusão é que não foi extraído do território nacional (Foto: Ministério do Meio Ambiente/ Divulgação)

 

O Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, fez um pronunciamento na noite de ontem (24) em rede de televisão e rádio no qual afirmou que o governo vem monitorando o litoral desde que as primeiras manchas de óleo surgiram da costa. Segundo o ministro o óleo coletado foi analisado e a conclusão é que não foi extraído do território nacional; a origem é venezuelana. E o presidente determinou que fosse encaminhada solicitação formal à Organização dos Estados Americanos (OEA) para que a Venezuela se manifeste sobre o material coletado.

“Esse processo investigativo tem como principal objetivo determinar as causas e origens desse óleo e, com isso, não apenas fazer cessar o seu aparecimento no litoral brasileiro, mas também obter informações que nos permitam responsabilizar aqueles que tenham contribuído para esse desastre ambiental”, disse o ministro no pronunciamento.

Salles afirmou ainda que o Grupo de Acompanhamento e Avaliação, composto pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustívei (ANP) e Marinha está com ações para a retirada do óleo encontrado nas praias em 2 mil quilômetros de costa entre Maranhão e da Bahia. Há salas de controle de comando e controle, nas cidades de Salvador e Recife, que contam com a participação dos órgãos federais e de órgãos estaduais e municipais.

saiba mais

'Temos de nos preocupar menos com boicote e mais com a imagem', diz Salles

Chineses pretendem investir em quatro plantas de açúcar no Brasil

 

Foram criadas ainda barreiras físicas e utilizados produtos bioquímicos, mas que segundo o governo não obtiveram os resultados pretendidos. Por isso, o efetivo utilizado nas ações foi ampliado em 1.500 pessoas, num total de 5 mil profissionais. As causas e origens do incidente estão sendo investigadas pela Marinha, Guardas Costeiras estrangeiras e Polícia Federal.”

Segundo o ministro, só é possível identificar as manchas de óleo quando chegam na costa brasileira. “Por tratarem-se de um material pesado, que se movimenta a cerca de 1 metro e meio abaixo do nível da superfície, impossibilitando a sua identificação e rastreamento, seja pelos sistemas de satélite e radar, ou mesmo na tentativa visual por barcos, aviões e helicópteros”.

O Ministro falou ainda da liberação do seguro defeso para pescadores que tenham sido prejudicados pela contaminação do óleo. A estimativa é que o governo federal desembolse R$ 59 milhões com a ação. O Ministro fala ainda da ação dos voluntários e da necessidade de uso de equipamentos de segurança adequados. “Com a ajuda de todos, as nossas praias vêm sendo limpas praticamente no mesmo dia, sendo restabelecidas as condições para o turismo e a segurança dos visitantes e moradores, além da correta destinação do óleo coletado”, diz Salles.

Mais óleo nas praias

Após 55 dias do aparecimento de manchas de óleo no litoral da Paraíba, o produto, de origem desconhecida, que já atingiu os nove estados do Nordeste, continua chegando à costa, poluindo trechos que ainda não tinham sido afetados. Em Pernambuco, ao menos mais duas praias, distantes cerca de 50 quilômetros uma da outra, foram atingidas ontem (23).

Segundo a prefeitura do Jaboatão dos Guararapes, na Grande Recife, o óleo atingiu um trecho da Praia de Barra de Jangada esta madrugada. Servidores municipais que estavam de prontidão monitorando a área, militares da Marinha, voluntários e um grupo de detentos coletaram todo o material que conseguiram, “minimizando os danos”, conforme informou a prefeitura.

Os 50 presos que participaram da ação de limpeza cumprem pena no regime semiaberto da Penitenciária Agroindustrial São João, localizada na Ilha de Itamaracá, também na região metropolitana de Recife. De acordo com o governo de Pernambuco, todos se voluntariaram para o trabalho. Em troca, terão esse tempo descontado de suas penas, conforme previsto na legislação. Separados em grupos e usando Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), eles ajudaram a recolher parte do óleo em sacos de lixo, sendo o tempo todo escoltados por agentes penitenciários.

saiba mais

60 mil pescadores do Nordeste vão receber seguro defeso em novembro

Governo antecipará seguro-defeso para pescadores atingidos por óleo

 

Também durante a madrugada, moradores constataram a presença de óleo na orla da Praia do Janga, no município de Paulista, no litoral norte pernambucano. Nas redes sociais, a prefeitura anunciou que está “fechando o planejamento que vai mobilizar todas as secretarias, ONGs, colônias de pescadores e a população para minimizar um possível desastre ambiental”, e convocou voluntários a procurar a prefeitura para saber como colaborar.

Até terça-feira (22), o governo estadual já contabilizava a coleta de 489 toneladas de óleo e material contaminado ao longo do litoral pernambucano. O governo de Pernambuco anunciou na manhã de quarta-feira (23) o lançamento de um edital para estimular a realização de pesquisas sobre as consequências da poluição para a saúde da população e para os ecossistemas atingidos pelo óleo.

A secretaria estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação destinará R$ 2,5 milhões à iniciativa. A Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe) contratará 12 projetos.

O edital é voltado à contratação de laboratórios e instituições de pesquisa, públicos ou privados. Cada projeto de até R$ 200 mil deverá ser executado em até um ano. O edital com todas as informações estará disponível a partir da próxima sexta-feira (25), no site da Facepe.
Source: Rural

Leave a Reply