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Segundo a Aprosoja, 73% da área de Cerrado do Matopiba não está ameaçada (Foto: iStockphotos)

 

A Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) respondeu nesta quinta-feira (13/6), ao anúncio da Cargill, de investimento de US$ 30 milhões para preservar a vegetação do cerrado, dizendo "não encontrar motivos que justifiquem a decisão".

"Há vinte anos, sem a produção de soja, os municípios da região chamada de Matopiba se encontravam em situação de extrema pobreza. Não havia acesso de infraestrutura, poucas casas eram feitas de alvenaria e não havia oferta de bens e serviços básicos à população", afirma em nota. “Vinte anos mais tarde, a região floresceu e a pujança do agronegócio, na contramão das políticas públicas e falta de incentivos, mudou esse panorama. Cidades que ‘não existiam’ hoje são polos produtores e exportadores, com grande geração de empregos e serviços variados ligados ao agronegócio”.

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É evidente que nos municípios em que a soja e o milho são plantados a vida das pessoas melhorou se comparado ao que era antes da chegada da agricultura tecnificada. Nestes, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mais que dobrou, conforme dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Não fosse os agricultores que lá estão, não haveria nenhum modelo de desenvolvimento sendo adotado para os municípios da região.

A Cargill justifica o investimento dizendo querer “encontrar soluções para proteger florestas e vegetação nativa na cadeia produtiva de soja no Brasil. "Estamos pedindo urgentemente que a indústria se junte a nós e invista conosco para acelerar o progresso e para encontrar soluções que ajudem a proteger a terra do Brasil ao mesmo tempo em que proporcionem oportunidades econômicas aos agricultores e às comunidades", afirmou a diretora de Sustentabilidade da Cargill, Ruth Kimmelshue, em teleconferência.

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Para a Aprosoja, o Cerrado do Matopiba não está ameaçado. "É preciso entender com mais profundidade e conhecimento técnico o modelo de produção brasileiro, definido por leis rígidas nas áreas ambiental, fundiária, trabalhista e tributária", diz a nota da entidade, que representa produtores associados em 16 Estados, “especialmente na Matopiba (Maranhão, Tocantis, Piaui e Bahia). Segundo a Aprosoja, 73% da área do Cerrado da região estão preservados e com uma agricultura que não ocupa nem 7% deste território. “Trata-se de uma produção altamente eficiente e sustentável”, diz a Aprosoja.

“Produtor depende da preservação”

Na quarta-feira passada, durante entrevista à GloboNews, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse quem que desmata a bandido e não o produtor. Tereza Cristina disse ainda que a produtividade e a sustentabilidade podem andar juntas. “Se não fizer uma defesa do meio ambiente, o produtor rural está sendo burro. “O agricultor é o maior defensor do meio ambiente. Ele tem que ser. Porque, senão, ele é burro. O negócio dele não vai prosperar. Ele depende dessa preservação”, disse a ministra. A ministra é contra o projeto de lei de autoria dos senadores Flávio Bolsonaro e Márcio Bittar, que revoga o artigo 68 do Código e retira a obrigatoriedade de se estabelecer reserva legal em propriedades rurais do país. Mas acredita que, no caso específico da região amazônica, é necessário fazer um zoneamento ecológico-econômico para que estados não fiquem em situação de pobreza.

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Source: Rural

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