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Primeira fábrica de fertilizantes da Granja Faria, no Tocantins. (Foto: Divulgação/Granja Faria)

 

O esterco de 14 milhões de galinhas alojadas em 20 granjas está criando um grande negócio do Grupo Granja Faria, que pretende inaugurar neste ano três fábricas de fertilizantes a partir dos resídudos das aves de postura. A expectativa é de que a produção total seja de 200 mil toneladas de adubo, sendo 30% para atender as fazendas de grãos da Insolo, que também pertencem ao empresário Ricardo Faria. Segundo o CEO da Granja Faria, Denilson Dorigoni, o novo negócio, informado com exclusividade à Globo Rural, vai se chamar Fertifar (de Faria), demandou um investimento até agora de R$ 50 milhões e nasce com  a expectativa de já representar 10% do faturamento de R$ 1,4 bilhão previsto para este ano, ou seja, R$ 140 milhões.

Dorigoni conta que a fábrica piloto, em Darcinópolis (TO), iniciou a produção em meados de 2021 para suprir a necessidade das fazendas da Insolo e propriedades menores de cidades vizinhas. A segunda unidade deve ser inaugurada no próximo mês em Lavras (MG), com capacidade de produzir 100 mil toneladas de fertilizantes no ano e será destinada 100% ao mercado. Até o final do ano, entra em operação a terceira unidade, em Arapongas, no Paraná, com capacidade de 35 mil toneladas.

Além do esterco puro de galinha, o produto da Fertifar terá a adição de bactérias naturais solubilizadoras de fósforo e compostos minerais de rocha asfáltica para formar um adubo orgânico e organomineral fosfatado, visando atender às culturas de milho, soja, café, cana-de-açúcar, HF, citricultura, banana, pastagens, feijão, entre outras.

Questionado se a invasão da Ucrânia pela Rússia abre mais oportunidades para o novo negócio, Dorigoni ressaltou que a empresa está começando e a produção deste ano será suficiente apenas para atender o que já foi contratado. “Mas, a Rússia é o grande exportador de fosfatados e, no caso de fechamento de fronteiras e falta de fertilizantes no país, isso poderá afetar o preço final do produto.”

Atualmente, o Brasil importa cerca de 85% do fertilizante que consome e a Rússia, que sofreu fortes sanções comerciais por conta da guerra deflagrada contra a Ucrânia, é o segundo maior exportador do produto aplicado na agricultura brasileira. No ano passado, o país consumiu 43 milhões de toneladas de fertilizantes, sendo que soja, milho e cana de açúcar usaram 73% desse volume.

Dorigoni diz que o negócio de fertilizantes é realmente de alto potencial econômico devido aos aumentos de custo dos insumos nos últimos anos, que podem levar o Brasil, que está lançando o Plano Nacional de Fertilizantes, a repensar sua política para não depender tanto das exportações.

“Vamos elevar a sustentabilidade da nossa produção e teremos vantagem competitiva porque todo nosso material orgânico vem da produção própria da Granja Faria, o que nos dá segurança nos volumes e na qualidade do produto.” Os preços do fertilizante, segundo  o executivo, vão seguir os que já são praticados hoje no país.

Questionado se não teme uma confusão de nomes com o Grupo Fertipar, fundado em 1980 no Paraná e que hoje atua com 12 empresas em todas as regiões agrícolas, Dorigoni disse que não porque a marca foi inspirada em Fertilizantes Faria, sobrenome do dono do grupo, Ricardo Faria. “O mercado de fertilizantes não para de crescer no Brasil, abrindo portas para novos players e temos certeza que seremos uma empresa muito competitiva e reconhecida pela qualidade de nossos produtos.”

A Granja Faria, inaugurada em 2006, é a primeira do país na produção e exportação de ovos férteis, com 3,2 milhões de unidades por dia, e fica em segundo na produção de ovos comerciais, com 7,2 milhões de ovos por dia.
Source: Rural

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