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“Estamos chegando às últimas chances de limitar o aquecimento global e salvar vidas”. O alerta do presidente da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26), Alok Sharma, reforçou a urgência de ações globais para reduzir as emissões de poluentes que agravam o efeito estufa. Parte do enfrentamento a esse desafio passa, necessariamente, pela descarbonização do setor de transportes, responsável por quase 25% das emissões.

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Vozes do Agro (Foto: Estúdio de Criação)

 

 

O questionamento que surge é: quais os caminhos para atingirmos a ambiciosa meta de carbono neutro até 2050?

O desafio é altamente complexo e a solução deverá envolver a complementariedade de rotas tecnológicas distintas e as características de cada região. O Brasil, por exemplo, que assumiu publicamente o compromisso de reduzir em 50% suas emissões de gases associados ao efeito estufa até 2030, além da neutralização das emissões de carbono até 2050, tem um grande trunfo nas mãos e se coloca em posição de vanguarda na construção da nova era da mobilidade sustentável. Enquanto muitos países discutem e pesquisam as melhores alternativas para redução efetiva das emissões, com o etanol temos uma solução imediata, efetiva e economicamente viável para essa agenda global.

Nas últimas décadas, a presença do biocombustível renovável evitou a emissão de mais de 600 milhões de toneladas de CO2 no país. O etanol coloca São Paulo, a quarta cidade mais populosa do mundo, como uma das metrópoles com o menor nível de poluição atmosférica. Em 2020, a cidade ocupou o 1.476º lugar na lista da IQAir, plataforma que monitora e ranqueia a qualidade do ar dos municípios ao redor do globo.

De olho nesse exemplo, em 2021, o Reino Unido decidiu ampliar a mistura de etanol à gasolina de 5% para 10%, e a Índia quer chegar em 2025 com 25% de mistura, meta antecipada em cinco anos. Em todo o mundo, mais de 60 países adotam ações semelhantes visando trazer o azul de volta ao céu.

O Brasil continua avançando em suas metas de redução de emissões. Criamos o maior programa de substituição de combustíveis fósseis por renováveis do planeta, com o Renovabio. Política que alicerça as bases para o crescimento do consumo e produção mais sustentável dos biocombustíveis, além de estabelecer, a partir da substituição da gasolina pelo etanol, o Crédito de Descarbonização (CBio), nova ferramenta oferecida pelos biocombustíveis para combater o aquecimento global. Em seu segundo ano, o Renovabio evitou, em 2021, a emissão de quase 31 milhões de toneladas de CO2, já que cada título representa uma tonelada de gás carbônico evitada na atmosfera. E, por ser um título negociável na bolsa de valores, o crédito abre caminho para o mercado voluntário de compensação de carbono, conhecido como “carbon offset”.

Além de uma solução imediata, o etanol também se apresenta como complemento às inovações do setor automotivo. Seja associado a veículos híbridos flex ou por meio da célula a combustível, tecnologia que permitirá a geração de energia elétrica “on board”, a partir do hidrogênio contido no biocombustível.

O etanol tem trazido inegável contribuição econômica e ambiental aos brasileiros há quase cinco décadas e seguramente continuará, sob diversas rotas tecnológicas, sendo parte da solução para esse que é um dos maiores desafios do século: o combate à mudança climática.

*Eduardo Leão é diretor executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA)

** As ideia e opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam, necessariamente, o posicionamento editorial da revista Globo Rural

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Source: Rural

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