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A cadeia produtiva do leite ainda vive um cenário preocupante em 2022 após um ano difícil, como foi 2021, indicam especialistas da unidade Gado de Leite Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Segundo os pesquisadores do Centro de Inteligência do Leite (CILeite), a tendência é de manutenção do cenário de alta nos custos eaperto nas margens do setor, em meio às incertezas trazidas pela pandemia de Covid-19 e pelas condições climáticas adversas em regiões produtoras.

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O crescimento da população mundial é o principal motivo pelo qual estima-se que a demanda por leite vai crescer nos próximos anos (Foto: Divulgação/Embrapa)

 

A avaliação dos especialistas é que 2022 será de cautela para a pecuária leiteira. Em comunicado, a Embrapa Gado de Leite que o setor vem de um ano com queda nos preços médios pagos ao produtor. Em termos reais (descontando a inflação do período), a cotação média foi de R$ 2,44 o litro em 2020. Em dezembro de 2021, estava em R$ 2,13.

Ao mesmo tempo, os custos subiram ainda mais. Em 2020, a alta já tinha sido de 10,7%. Em 2021, foi de 30%, de acordo com Índice de Custo de Produção de Leite. De acordo com os pesquisadores, pesaram os preços da ração dos rebanhos, influenciados, por sua vez, pelas cotações de commodities agrícolas, como o milho, cuja safra sofreu efeitos negativos do clima. Energia e combustíveis também pesaram nas contas do pecuarista.

O que pode contribuir de forma positiva é uma boa safra de grãos, afirmam os pesquisadores da Embrapa, no comunicado. Segundo eles, mesmo com os problemas enfrentados na região sul, onde lavouras de milho e soja sofreram quebras por causa da seca e das altas temperaturas, a produção deve ter bons volumes, o que pode pelo menos manter os preços atuais da ração.

Do lado da demanda, a alta da inflação reduziu o poder de compra da população. Em 2020, com o pagamento do auxílio emergencial, em função dos efeitos econômicos da pandemia, o setor lácteos conseguiu se manter. Mas a situação não se repetiu em 2021, quando o Brasil142 milhões de litros exportados e saldo negativo na balança comercial do produto. 

Este ano, os especialistas ainda acreditam que o setor será impactado pelo endividamento das famílias brasileiras. O pagamento do Auxílio Brasil, programa de substitui o Bolsa Família, para a parcela da população de mais baixa renda, pode estimular a demanda, já que os recursos devem ser canalizados para o consumo de alimentos. No entanto, a expectativa é de que não tenha o mesmo efeito que o Auxílio Emergencial.

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Futuro Promissor

Existe, no entanto, uma perspectiva de melhora a longo prazo, que deve trazer crescimento para a cadeia produtiva do leite ao longo da década, avaliam os pesquisadores da Embrapa Gado de Leite. Citando dados de estudos internacionais, eles destacam que a demanda por produtos lácteos deve amentar em 36%, amparada no aumento da população mundial, de um modo geral, crescimento da produçao e ganho de renda, especialmente em países da Ásia, África e América Latina.

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A Embrapa aponta que “há muito espaço para a cadeia produtiva do leite brasileira crescer de modo sustentável”. Entre as bos práticas, estão aumento de qualidade de matéria-prima e escala de produção; contratação de assessoria técnica; suporte à exportação; redução da ociosidade dos laticinios; melhorias na governança da cadeia e na logística.

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Source: Rural

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