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O segmento de produtos agrícolas livres de agrotóxicos foi o único a escapar do aumento no preço dos insumos neste ano. Sem adubos e defensivos, os alimentos orgânicos devem movimentar R$ 6,3 bilhões em 2021, ante R$ 5,8 bilhões em 2020, de acordo com a Associação de Promoção dos Orgânicos (Organis).

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Setor deve fechar 2021 com R$ 6,3 bilhões de faturamento e não foi impactado pela alta dos insumos químicos. (Foto: Redação Globo Rural )

 

"O mercado de orgânicos, com certeza, vai crescer bem menos do que no ano passado, que foi um ano fora da curva, quando atingimos um platô, com alta de 30%", observa o presidente da entidade, Cobi Cruz. "Neste ano, mesmo num cenário difícil, deve crescer 10%", prevê o representante.

Segundo ele, a procura por alimentos orgânicos evoluiu 50% nesses dois anos. O crescimento da demanda favoreceu o "share of power" do segmento, isto é, o poder de barganha dos fornecedores de produtos livres de agrotóxicos em relação aos produtos tradicionais na negociação com os supermercados. "O varejo percebe esse aumento, e os orgânicos começam a entrar nos mercados com uma capacidade de negociação muito maior", afirma Cruz.

O mercado de orgânicos vai crescer bem menos do que no ano passado, que foi um ano fora da curva"

Cobi Cruz, Presidente da Organis

A tendência do segmento, segundo ele, é a regionalização dos produtos e o aumento na oferta de grãos orgânicos destinados à produção de ração animal, especialmente nos mercados de frango, leite e ovos. Cruz cita uma nova cerveja da Ambev feita com fruta nativa da Mata Atlântica e chocolates produzidos a partir de cacau orgânico como destaques no mercado.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) lista 25,7 mil produtores classificados na agricultura orgânica, um crescimento anual de cerca de 10%. São 31 mil propriedades, em 1 milhão de hectares, de acordo com a pasta, que atualizou a regulamentação para o segmento em março.

Uma pesquisa realizada pela Organis entre os associados no primeiro semestre indica que 69% dos que atuam nesse mercado declararam crescimento no ano passado, enquanto 11% apontaram estabilização e 20% alegaram queda. O levantamento indica, na avaliação da entidade, que o crescimento de 30% em 2020 não foi um "movimento fora da curva", mas uma tendência entre consumidores de buscar alimentos mais saudáveis.

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Source: Rural

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