Skip to main content

As chuvas abaixo do normal no Estado de São Paulo e o calor excessivo mantêm a situação desafiadora para a recuperação dos pomares de laranja, o que deve levar a uma produção na safra 2022/23, teoricamente ano de bienalidade positiva, ainda menor que a da safra 2021/22. A avaliação é do boletim climático Radar Agro do banco de investimentos Itaú BBA, divulgado nesta quarta-feira (5/1). Segundo o estudo, a seca associada ao fenômeno La Niña têm penalizado o cinturão citrícola que envolve o Estado de SP e partes do Triângulo Mineiro.

LEIA TAMBÉM: 100 municípios mais ricos do agronegócio no Brasil

Pomares de laranja terão situação desafiadora em 2022 (Foto: Pixabay)

 

Segundo o último levantamento do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), a safra 2021/22 já foi severamente impactada pelas condições climáticas adversas do ano passado e deve fechar com 264,17 milhões de caixas, uma queda de 7,8% em relação à colheita anterior.

A pecuária de leite é outra atividade que deve sofrer os efeitos da La Niña neste ano, diz o Itaú BBA, porque nos Estados grandes produtores como Paraná e Rio Grande do Sul as pastagens estão em condição aquém do ideal, o que deve implicar em uma captação de leite abaixo do potencial. Além disso, sendo a atividade mais dependente de grãos, os custos do alimento concentrado podem se manter pressionados se houver uma grande perda da primeira safra de milho, como se anuncia.

“No caso da pecuária de corte, além da ampla distribuição da produção no país, as chuvas satisfatórias para as pastagens especialmente no Centro-Oeste não devem restringir a oferta de gado, que dependerá mais da propensão ao abate de fêmeas, por sua vez associado ao preço do bezerro, até aqui em patamar elevado”, diz o estudo.

saiba mais

Chuvas elevam nível de rios e provocam danos no Maranhão

Seca e geadas causam a perda de 30 milhões de caixas de laranja

 

O boletim destaca, no entanto, que o Mato Grosso do Sul, grande produtor de gado, decretou situação de emergência em função da seca, e embora as perdas nas lavouras sejam mais relevantes, os pecuaristas também vêm sofrendo com a piora das pastagens e a elevação dos custos de produção.

As estimativas do banco são melhores para a cana-de-açúcar e para o café. As últimas chuvas, ainda abaixo da normalidade, aliviaram parte do alto estresse que a cana vinha sofrendo após o longo período seco, mas a produção da safra 2022/23 depende principalmente do volume de chuvas no primeiro trimestre deste ano. Já o café está beneficiado pelo volume de chuvas nas áreas de grande produção de Minas Gerais, Espírito Santo e Alta Mogiana (SP), o que é bom para a 2023/24, mas não muda o prognóstico da safra 2022/23 já comprometida pelos efeitos negativos da longa seca de 2021 e as geadas.
Source: Rural

Leave a Reply