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Produtores das regiões Sul, Sudeste, Centro-oeste e Nordeste do Brasil passam a saber quais os períodos ideiais para o plantio do triticale, em sistema de sequeiro e irrigado. O Ministério da Agricultura (Mapa) anunciou a inclusão da culturra no Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC). A intenção é orientar a expansão do cultivo, visando oportunidades, principalmente na utilização do cereal na alimentação dos animais. 

Triticale é resultado do cruzamento de trigo com centeio (Foto: Ministério da Agricultura)

 

O Zoneamento é baseado em modelos que levam em consideração históricos de clima, cultivos e simulação de riscos. Com base nessas informações o sistema estabelece determinados graus de risco de perdas, que variam de 20% a 40%. De acordo com o Ministério, com base no Zarc, a Embrapa Trigo está avaliando cultivares de cereais de inverno em diversas regiões do país.

“O cultivo de triticale já acontece nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo, em sistema de sequeiro. Para o Zarc, fizemos um aprimoramento dos dados para indicar a melhor época de cultivo nas regiões tradicionais, além de orientar a expansão da cultura para novas regiões na faixa tropical, nos estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia e Distrito Federal, tanto no sistema de sequeiro como no irrigado”, explica o pesquisador da Embrapa Trigo Gilberto Cunha, no comunicado do Mapa.

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O triticale é um produto direto de pesquisa, resultado do cruzamento de trigo com centeio. O Ministério da Agricultura explica que o triticale eherdou características como potencial de rendimento e biomassa, resistência a doenças, tolerância a seca, bom desenvolvimento em baixas temperaturas e alto valor proteico.

"A cultura contribui para o sistema agrícola, principalmente em semeadura direta na palha, proporcionando boa cobertura vegetal mesmo em áreas com baixa fertilidade e em solos arenosos. O triticale também apresenta boa tolerância ao estresse hídrico, a solos ácidos e permite menor custo de produção quando comparado a outros cereais", diz o Mapa.

No Brasil

Em território brasileiro, a pesquisa com triticale começou na década de 1960, a partir de cultivares trazidas do México. Na década de 1980, começaram a ser produzidas as primeiras cultiuvares comerciais. A primeira de origem brasileira foi lançada em 2005 pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

De acordo com o comunicado do Ministério da Agricultura, com base nos dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área de triticale chegou a 136 mil hectares no início dos anos 2000. Mas essa área diminuiu nos últimos anos por conta de problemas como doenças e baixa produtividade. Em 2021, foram apenas 15 mil hectares.

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A cultura foi afetada também por fatores como disponibilidade de insumos – como falta de sementes e defensivos registrados para a cultura – e questões de mercado, como a preferência da indústria moageira pelo trigo e maior oferta de milho para a ração.

“Devido à sua rusticidade, durante muitos anos o triticale foi considerado uma cultura marginal, com o cultivo realizado com baixa tecnologia, reduzido uso de insumos como sementes, fertilizantes, fungicidas e inseticidas”, conta o pesquisador da Embrapa Trigo Alfredo do Nascimento Junior, no comunicado do Mapa.
Source: Rural

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