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A oferta de cana do centro-sul do Brasil poderia aumentar para algo próximo de 560 milhões de toneladas em 2022/23 (abril/março) após a fraca safra de 2021/22, avaliou nesta quinta-feira o diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues, ressaltando que qualquer número neste momento é prematuro.

Colhedora de cana em Pradópolis. (Foto: REUTERS/Paulo Whitaker)

 

Ele indicou a possibilidade de um crescimento de mais de 6% na produção de cana ante 2021/22 considerando um aumento projetado de 8,5% na produtividade agrícola, mas também diante de uma expectativa de redução na área plantada de 2%.

"Muito prematuro para definir um número, haverá recuperação da produtividade agrícola, temos que aguardar imagens de satélite que vamos ter provavelmente em março, e ver se haverá ou não incremento na reforma de canavial no período de janeiro a março", afirmou ele a jornalistas.

Além do maior índice de reforma de canaviais, que pode impactar a área de colheita, algumas informações indicam competição de área entre cana e grãos, como soja e milho.

Ele destacou que os números nacionais já apontam redução de cerca de 2% na área plantada de cana este ano, algo que pode se repetir em 2022.

"A expectativa é de que possa haver nova redução da área de colheita perto do patamar de 2%. Se tiver incremento da produtividade de 8,5% e redução da área de colheita de 2%, vai ter incremento da oferta de cana na casa de 6%. Se imaginar 525 (milhões de tonelada da safra atual) e botar mais 6%, estamos falando mais 30 milhões (de toneladas). Então o número vai ficar próximo de 560 milhões de toneladas", disse Padua.

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Ele acrescentou que o aumento de oferta de cana em 2022/23 deve resultar em crescimento na mesma proporção da produção de açúcar e etanol, uma vez que o cenário de mercado para os dois produtos é favorável.

Padua comentou que preços do açúcar no próximo ano não serão inferiores aos deste ano, considerando o ritmo de fixações de vendas antecipadas do Brasil.

A Unica estimou a moagem final de cana em 2021/22 em 525 milhões de toneladas, queda de 13,3% na comparação com a temporada anterior que ficou acima de 605 milhões de toneladas –na safra até 1º de dezembro, a moagem somou 520,9 milhões de toneladas.

A produção de açúcar do centro-sul deve encerrar a temporada 21/22 com queda de 16,7%, para 32 milhões de toneladas, enquanto a fabricação de etanol (incluindo o biocombustível de milho) deve fechar o ciclo com queda de 8,7%, para 27,7 bilhões de litros.

Além das questões climáticas, os números consideram um "mix" de cana para a produção de açúcar de 44,87%, ante 46,07% na temporada anterior, enquanto o total de matéria-prima destinada ao etanol avançou para 55,13% em 2021/22, ante 53,93% em 2020/21.

A produção de etanol só não caiu mais porque a fabricação do biocombustível a partir do milho deve avançar 36% ante a safra anterior, para 3,5 bilhões de litros.

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Vendas

A exportação de açúcar do Brasil registrou queda de 8,8% em volume de janeiro a novembro, para 25,3 milhões de toneladas, apontou a Unica, ponderando que, com preços melhores, a receita aumentou 7%, para 8,43 bilhões de dólares.

Os principais destinos foram a China, com 15,9% de participação, seguida por Argélia, (8,4%), Bangladesh (6,8%), Nigéria (6,7%) e Malásia (5,2%), enquanto outro destinos levaram 57% dos embarques.

O volume vendido de açúcar também caiu no mercado brasileiro, registrando recuo de 4,5% de janeiro a novembro, ante o mesmo período do ano anterior.

Segundo Padua, o mercado está vendo estoques de etanol mais folgados, enquanto o biocombustível hidratado perdeu participação de mercado para a gasolina, o que também explica a queda de preços na usina.

Ele disse ainda que o preço do etanol tem caído na usina também por redução no consumo de combustíveis do ciclo Otto em outubro e novembro, em sinal da desaceleração da economia.

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Source: Rural

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