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O avanço da variante ômicron do coronavírus, detectada na África do Sul, aumenta a pressão sobre líderes mundiais para a definição sobre medidas de controle do avanço dessa nova cepa do causador da Covid-19. Neste domingo, o Reino Unido convocou uma reunião do G7, o grupo das sete maiores economias do mundo, para discutir o assunto, à medida que nações da África e também da Europa vão relatando mais casos, de acordo com informação do jornal britânico The Guardian.

Para médico sul-africano, vacinas atuais podem ter eficácia contra a nova variente do coronavirus (Foto: Fiocruz)

 

A variante foi detectada e anunciada pelo Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis da África do Sul (NICD) em 25 de novembro a partir de amostras retiradas de um laboratório de 14 a 16 de novembro.

Em comunicado, a Organização Mundial da Saúde (OMS), avaliou que a variante ômicron representa um risco muito elevado para o planeta e que ainda há muitas dúvidas sobre o real perigo desta nova cepa, embora, até o momento, não tenha sido registrada nenhuma morte associada à ômicron.

"Dadas as mutações que poderiam conferir a capacidade de escapar de uma resposta imune e dar-lhe uma vantagem em termos de transmissibilidade, a probabilidade de que a ômicron se propague pelo mundo é elevada", afirma a organização, de acordo como portal G1.

O Japão já anunciou fechamento de fronteiras para estrangeiros. A Austrália suspendeu o processo de reabertura, diante do novo momento de incerteza. Na Alemanha, líderes políticos pediram restrições mais rígidas. No país, além da preocupação com a nova variante, o governo tem que lidar com taxas recordes de novas infecções por covid-19.

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Após a detecção de dois casos de ômicron no Estado da Bavária, no sul do país, no sábado, um oficial do Estado de Hesse disse que foi confirmado um caso suspeito em um passageiro que chegava da África do Sul. "O sequenciamento confirmou o resultado –o caso suspeito que foi tornado público ontem de manhã é a variante do ômicron", tuitou Kai Klose, ministro de Assuntos Sociais de Hesse, segundo a Reuters.

As restrições às viagens aéreas da África do Sul entraram em vigor neste domingo, depois de o país ter sido classificado como uma área com variante do vírus. Isso significa que as companhias aéreas só podem embarcar alemães da África do Sul para a Alemanha e mesmo aqueles que forem vacinados devem passar 14 dias em quarentena.

Sintomas e vacinas

Uma médica sul-africana que foi uma das primeiras a suspeitar de uma cepa diferente de coronavírus entre seus pacientes disse neste domingo que os sintomas da variante ômicron eram até agora leves, podendo ser tratados em casa. A doutora Angelique Coetzee, médica particular e presidente da Associação Médica da África do Sul, disse à Reuters que em 18 de novembro ela notou sete pacientes em sua clínica que apresentavam sintomas diferentes da variante Delta, embora "muito leves".

Angelique disse que um paciente em 18 de novembro relatou em sua clínica ter ficado "extremamente cansado" por dois dias, com dores no corpo e dor de cabeça. "Sintomas nesse estágio estavam muito relacionados à infecção viral normal. E porque não tínhamos visto Covid-19 nas últimas oito a dez semanas, decidimos fazer o teste", disse ela, acrescentando que o paciente e sua família acabaram testando positivo para a doença.

Sua experiência até agora mostra que a variante está afetando pessoas com 40 anos ou menos. Quase metade dos pacientes com sintomas de ômicron que ela tratou não foram vacinados. "A queixa clínica mais predominante é o cansaço intenso por um ou dois dias", afirmou ela, também citando dor de cabeça e dores no corpo.

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Um dos maiores especialistas sul-africanos em doenças infecciosas, Salim Abdool Karim, disse que as vacinas existentes contra a Covid-19 provavelmente são eficazes na prevenção de doenças graves e de internações causadas pela variante ômicron do coronavírus. Segundo ele, que atuou como principal conselheiro do governo sul-africano durante a resposta inicial à pandemia, é muito cedo para dizer se a ômicron levava a sintomas clínicos mais graves do que as variantes anteriores. 

No entanto, ela parece mais transmissível e com maior probabilidade de infectar pessoas com imunidade após vacinação ou infecção anterior. "Com base no que sabemos e como as outras variantes de preocupação reagiram à imunidade da vacina, podemos esperar que ainda veremos alta eficácia para a hospitalização e doença grave, e que a proteção das vacinas provavelmente permanecerá forte", disse Abdool Karim em uma entrevista coletiva.

Segundo ele, ainda é muito cedo para tirar conclusões definitivas, pois os médicos só podem comentar sobre os pacientes que eles tratam. "Em termos de apresentação clínica, ainda não há dados suficientes", disse ele, segundo o divulgado pela Reuters.

*Com agências internacionais
Source: Rural

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