Skip to main content

Uma pequena granja do município de Marco, no litoral cearense, assustou o Brasil no meio de outubro. Na propriedade de subsistência, nove animais morreram por causa da  peste suína clássica (PSC), doença altamente contagiosa, que afeta somente suínos e javalis e não oferece perigo à saúde humana. O caso acendeu o sinal de alerta sobre a importância de se ter cuidados na criação para evitar a disseminação da doença, especialmente por pequenas propriedades.

Peste suína africana traz risco para o plantel de suinos (Foto: Getty Images)

 

O caso no Ceará ocorreu exatamente após um ano em que o Piauí também detectou a infecção da doença em uma granja de subsistência no Estado. O Ministério da Agricultura acionou a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Na notificação do mês passado, o órgão relata que nove animais morreram e um foi sacrificado.

Também conhecida como febre suína ou cólera dos porcos, no Brasil a zona livre da doença abrange 15 Estados (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, São  Paulo,Mato Grosso,Mato Grosso do Sul, Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Tocantins, Rondônia e Acre), além do Distrito Federal. A região concentra mais de 95% de toda a indústria suinícola brasileira e não registra casos desde janeiro de 1998.

A Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri), vinculada à Secretaria do  desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet), realizou uma força-tarefa nas propriedades circunvizinhas ao novo foco e nos possíveis vínculos. Nos locais, verificaram as condições
higiênico-sanitárias dos criadouros e fizeram inspeções clínicas nos animais.

As propriedades suspeitas foram interditadas. Ao todo, 120 animais pertencentes a 18 produtores rurais forram sacrificados para conter o foco. “Todas as medidas estão sendo tomadas para sanar a doença e indenizar os criadores que terão seus animais sacrificados”,
reforça a presidente da Adagri, Vilma Freire. 

saiba mais

Confirmação de caso de peste suína no Haiti põe indústria brasileira em alerta

 

Os pesquisadores da unidade da Embrapa Suínos e Aves explicam que a PSC é transmitida principalmente pelo contato direto entre suínos infectados e suscetíveis (domésticos ou asselvajados) ou por meio da ingestão de produtos de origem suína contaminados com o vírus. “Carcaças de suídeos infectados que morrem e ficam no ambiente são fontes importantes de transmissão e resultam em outras formas de dispersão do vírus e da doença.”

As secreções e fluidos corporais como sangue, saliva e sêmen podem conter o vírus da PSC. Segundo os pesquisadores, estudos recentes têm indicado o importante papel de vetores como ratos, moscas e mosquitos, que podem carrear o vírus, ser ingeridos pelos suínos ou picar, respectivamente, transmitindo a doença. 

Atenção também deve ser dada a fatores como veículos, ração, restos de comida, roupas ou calçados contaminados, dentre outros. Os criadores de suínos devem ficar atentos aos sintomas da doença, como hemorragia, febre alta, falta de coordenação motora, orelhas e articulações azuladas, vômitos, diarreia, falta de apetite, esterilidade e abortos, leitões natimortos ou com crescimento retardado; além de agrupamento de animais nos cantos das pocilgas e morte dos animais após quatro ou sete dias do início dos sintomas.

 

 
Source: Rural

Leave a Reply