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O secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação do Ministério da Agricultura (Mapa), Fernando Camargo, disse, na segunda-feira (8/11) ter certeza que "o Plano Safra do ano que vem será absolutamente verde". Ele fez a afirmação em conversa com jornalistas, durante a COP26, sem mencionar que, atualmente, apenas 2% do volume de crédito destinado à agropecuária é voltado diretamente para recursos do Programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC). 

"Vai ter muito recurso para boas práticas agropecuárias e vamos nos organizar para fazer com que esse recurso não falte lá na ponta”, acrescentou Camargo. O "Plano Safra verde" foi assunto da programação do pavilhão brasileiro na Conferência do Clima da ONU, que, na segunda-feira, foi inteiramente voltada para a discussão sobre a sustentabilidade na agropecuária.

ILPF está entre as atividades do Plano de Agricultura de Baixo Carbono (ABC), cujo programa para obtenção de recursos representa apenas 2% do Plano Safra  (Foto: Kelem Silene Cabral Guimarães/Embrapa)

 

 

 

Camargo ponderou que o desafio é fazer com que todos os produtores rurais brasileiros, inclusive os pequenos, tenham acesso a tecnologias. “Para isso, precisamos do apoio da iniciativa privada, do terceiro setor, de várias entidades que levam a tecnologia ao campo”, defendeu ao dizer que o recursos internacionais também podem ser voltados para a pesquisa.

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Ao comentar o acordo assinado em Glasgow sobre redução de emissões de metano até 2030, o secretário destacou que os 30%, mas cada país irá verificar a viabilidade e as ambições possíveis de alcançar. Enquanto isso, ações como recuperação de pastagens degradadas, expansão da integração lavoura-pecuária-floresta, tratamento de dejetos e redução da idade de abate dos animais seguem sendo diretrizes do Plano ABC, afirmou Mariane Crespolini, diretora do Departamento de Produção Sustentável do Ministério da Agricultura.

Ela e outros representantes da delegação brasileira na COP26, defenderam a capacidade de reduzir as emissões de metano em território nacional. "A pecuária brasileira tem tecnologias descarbonizantes e o futuro para redução de metano é a tecnologia", resumiu Mariane, ao reforçar que a agropecuária é o setor mais vulnerável às mudanças do clima.

 

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No mesmo dia, Celso Moretti, presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), destacou a urgência em investir no que chamou de transformação dos sistemas alimentares. Ele participou de debate sobre o assunto representando o Painel Global em Agricultura e Sistemas Alimentares.

Segundo ele, uma dieta nutritiva e saudável, baseada nos padrões de consumo e preços atuais, é inacessível para cerca de três bilhões de pessoas no mundo. “Hoje, o custo global para que os sistemas alimentares possam garantir nutrição saudável aliada à preservação ambiental é estimado em US$ 12 trilhões por ano. Se nós continuarmos com os modelos atuais, os custos para a saúde humana, meio ambiente e a economia serão imensuráveis.” 

Como solução, Moretti propôs investir em sistemas integrados de produção de alimentos, como a própria ILPF. Além disso, ele também se mostrou favorável ao investimento em sistemas mais eficientes para monitorar e antecipar questões relacionadas ao acesso à alimentação em áreas vulneráveis. 

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"Isso exigirá um investimento de longo prazo, a partir da capacitação de pequenas empresas, investindo em infraestrutura essencial (principalmente estradas, energia, abastecimento de água) e melhorando a capacidade de armazenamento de alimentos para reduzir a deterioração e os riscos à segurança alimentar", disse.
Source: Rural

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