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A adesão do Brasil à Declaração de Glasgow sobre o uso de florestas e terras, que prevê suspender e reverter o desmatamento até 2030, foi comemorado nesta terça-feira (02/11) por empresas, organizações da sociedade civil e ambientalistas após o país revisar a sua meta de redução das emissões de gases do efeito estufa de 43% para 50% em relação ao registrado em 2005. Em nota, a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura classificou a assinatura do documento como “um dos principais legados positivos desta Conferência do Clima da ONU”.

Previsão do Ministério do Meio Ambiente é de que sejam perdidos 8.762 km² de Floresta Amazônica em 2022 (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 

“Ao aderir à Declaração, o Brasil demonstra uma necessária postura colaborativa à comunidade internacional, em um momento em que o país se encontra sob escrutínio pela incapacidade de reduzir sua taxa de desmatamento e por não demonstrar uma revisão suficientemente ambiciosa de sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), ou seja, de seu compromisso para a redução das emissões de gases de efeito estufa.”, explica a organização, que reúne mais de 300 empresas, em nota.

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Segundo dados do Relatório Anual do Desmatamento, elaborado pelo projeto MapBiomas, 13,8 mil quilômetros quadrados foram desmatados no país em 2020, crescimento de 14% em comparação a 2019. O relatório ainda mostra que 99% do desmatamento ocorreu de forma ilegal, sendo a Amazônia (60%) e o Cerrado (31%) as regiões com maior percentual de áreas desmatadas.

A ONG Observatório do Clima também divulgou nota destacando que, embora o Brasil tenha assinado o compromisso de zerar o desmatamento até 2030, oficializou uma meta de reduzir a taxa de desmatamento na Amazônia de 10.308 km² este ano para 8.762 km² em 2022, número 16% superior ao registrado em 2018, início do mandato do atual governo. “Dizer que o seu objetivo é entregar o governo com o desmatamento 16% maior do que quando você assumiu não é um plano, é uma confissão de culpa”, afirma, em nota, o secretário-executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini.

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A Declaração sobre Florestas de Glasgow deverá vir acompanhada de um fundo de US$ 19 bilhões a serem investidos na proteção e restauração de florestas. Em 2014, em Nova York, uma declaração semelhante recebeu apoio de dezenas de países com a meta de eliminar o desmatamento até 2020. O Brasil, contudo, jamais subscreveu o texto formulado há sete anos. O documento de Glasgow, por sua vez, prorroga esse prazo para 2030 e conta, agora, com a adesão de todos os grandes países tropicais, somando o equivalente a 85% das florestas do planeta.
Source: Rural

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