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No momento em que a porteira se abre, apenas oito segundos podem significar a derrota ou a vitória, um prêmio de US$ 1 milhão e o nome da história das montarias em touros. Tudo isso estará em jogo a partir desta quarta-feira (3/11), nas finais do mundial da Professional Bull Riders (PBR), em Las Vegas, nos Estados Unidos. As disputas vão até domingo (7/11), encerrando uma temporada dominada por brasileiros.

O favorito a levar o título é José Vitor Leme, atual campeão mundial e líder do ranking da PBR. O peão brasileiro teve uma temporada de sonhos. Venceu sete etapas, bateu o recorde de montarias com notas acima de 90 pontos e obteve a maior nota de todos os tempos: 97,75 (o máximo são 100 pontos), ao parar no touro Whoopa, o número 1 do circuito.

Mesmo voltando de contusão, José Vitor Leme é favorito para conquistar o título mundial da PBR (Foto: Bullstockmedia-Divulgação/PBR Brazil)

 

Leme ganhou até a etapa em que saiu contundido, em Newark, em 18 de setembro. A distensão muscular que afetou músculos abdominais, além da coxa e da virilha, deixou o peão 45 dias “no estaleiro”. Ele não está 100% recuperado, mas está confirmado nas finais. Em conversa com os amigos de arena, na semana passada, em Decatur (Texas), onde moram os peões brasileiros, disse que estava se sentindo bem e preparado.

O peão chega para competir em Las Vegas com 2.100,50 pontos na classificação e US$ 469,45 mil em premiações durante o ano. Se vencer, Vitinho, como é conhecido, será o sétimo peão a levantar o troféu mais de uma vez e apenas o segundo da história a conquistar dois mundiais consecutivos da PBR. O primeiro foi o paulista de Pilar do Sul Silvano Alves, que venceu em 2011 e 2012 e depois conquistou o tri em 2014.

Estarão em disputa 1.094 pontos nos cinco dias das finais e só três competidores têm a chance de tirar a fivela de ouro de Vitinho: os brasileiros Kaique Pacheco, campeão em 2018 e vice-líder da temporada, com 590 pontos a menos, e João Ricardo Vieira, quarto colocado, com diferença de 1.044; e o norte-americano Cooper Davis, terceiro no ranking, com 749 pontos a menos.

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Nas finais, cada participante vai montar um touro por noite, de quarta (3/11) a sábado (6/11). A escolha é por sorteio. Avançam para competir no domingo (7/11) todos que tiverem pelo menos uma montaria bem-sucedida (oito segundos sobre o touro). Se forem menos que 30, os mais bem colocados no ranking completam a lista. Após a 5ª rodada, na tarde de domingo, os 12 melhores peões avançam para a disputa final, podendo escolher o touro que desejam montar.

As notas somam a performance do competidor e do touro (cada um vai de 0 a 50). Caso os juízes considerem que o peão foi prejudicado por problemas no equipamento ou por falta de competitividade do animal, ele tem a opção de escolher outra montaria. Entre os 40 competidores na final, 18 são brasileiros. Dos 26 títulos já disputados desde 1994, o Brasil venceu 11.

Virada difícil

Para o tricampeão mundial Adriano Moraes, José Vitor Leme só perde o bicampeonato se não parar em touro nenhum. Adriano, que torce para Vitinho continuar a quebrar recordes, diz que é muito difícil acontecer uma virada tão grande, embora ele mesmo tenha levado uma.

José Vitor Leme, com o troféu de campeão, em 2020. Líder do ranking mundial, ele quer o bicampeonato (Foto: José Vitor Leme/Arquivo Pessoal)

Em 1997, quando liderava o ranking disparado, quebrou a perna na Festa do Peão de Barretos (SP) e não pôde disputar as finais em Las Vegas. Foi ultrapassado pelo americano Michael Gaffney no último touro. “Bastava eu parar em dois touros, mas, com a perna quebrada, não pude montar, e vi meu título indo para Gaffney”, lembra.

Moraes conta que já sofreu a mesma contusão que Vitinho. “É uma lesão silenciosa, ingrata e cruel. Você não sente dor nenhuma, pode montar dois ou mais touros e depois não conseguir andar. Mas, estou certo de que, pelo menos um ou dois, ele vai montar.”

João Ricardo Vieira, de 37 anos e duas vezes vice-campeão, reconhece que suas chances são pequenas e acredita ser muito difícil Leme perder o título. “Se ele montar metade dos outros ou conseguir ser bem-sucedido em uma rodada, já será o campeão.”

Vieira ressalta, no entanto, que as viradas não são impossíveis na PBR. “As finais valem por umas oito etapas. O próprio Adriano (Moraes) ganhou de virada seu último título em 2006 e o Renato Nunes (também brasileiro) não era favorito, mas ganhou o título em 2010 com uma performance muito boa nas finais.”

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Lucas Belli Teodoro, o Gauchinho, único brasileiro na função de salva-vidas na divisão de elite da PBR Mundial, será um dos “anjos da guarda” de Vitinho e dos competidores em Las Vegas. Escolhido pelos competidores, estará em sua terceira final, junto com outros três americanos, Frank Newsom, Cody Webster e Jesse Byrne. Gauchinho não crava que o amigo Vitinho será o campeão, mas aposta que o título será brasileiro novamente.

Adriano Moraes aposta mais alto: o Brasil “vai fazer barba, cabelo e bigode em Las Vegas”. Além do título, que considera a soma dos pontos de toda a temporada, estão em disputa com boas chances para o país o título de campeão da etapa final e o “rookie of the year” (o novato do ano). Quem lidera a disputa dos novatos é o peão mineiro de 28 anos Junior Patrick de Souza. Nono colocado no ranking mundial, Junior disputa com outros 12 estreantes.

Divisão de acesso

O Brasil já garantiu o título do Velocity Tour, a divisão de acesso da PBR. Adriano Salgado, de Batatais (SP), parou em dois dos três touros que montou, foi o campeão da temporada, somou pontos para se classificar entre os 40 que vão disputar a final da divisão de elite e levou um cheque de US$ 50 mil.

Disputada também em Las Vegas, nos dias 30 e 31 de outubro, a etapa final foi vencida pelo americano Boudreaux Campbell, atual quinto colocado no ranking mundial. Kaique Pacheco, que participou das disputas como convidado para tentar reduzir a diferença de pontos para José Vitor Leme, ficou em quinto lugar com duas montarias bem-sucedidas, mas abaixo de 85 pontos. Somou 17 pontos no ranking da elite.

(Foto: Reprodução/PBR)

 
Source: Rural

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