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Ministros e representantes de estado de países das Américas defenderam uma ação mais articulada do continente nas discussões da Conferência do Clima, da ONU, a COP26, que começou no domingo. E encontro online promovido pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), na última semana, eles disseram concordar que a agricultura deve ter um papel mais ativo nas discussões da agenda climática global.

O diretor geral do IICA, Manuel Otero, disse que o setor agropecuário precisa assumir responsabilidade e ações. “A adaptação e a mitigação são dois lados da mesma moeda e, embora a adaptação seja, sem dúvida, a prioridade para o setor, mitigar implica, por sua vez, limitar os impactos e, portanto, a necessidade de nos adaptarmos mais e melhor ao que já está acontecendo.” Diretor geral adjunto do IICA, Lloyd Day acrescentou: “Chegamos a um momento crítico. A mudança climática é, de fato, um problema agrícola nas Américas.”

Integração Lavoura Pecuária Floresta. Sistema foi citado como exemplo por representante brasieiro em reunião do IICA (Foto: Pedro Nogueira/Divulgação)

 

Chefe do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), Tom Vilsak Já o Secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Tom Vilsack, destacou que os países das Américas nunca estiveram tão atentos à relação entre agricultura, comércio, mudança do clima e sustentabilidade.

“Os nossos produtores agrícolas foram afetados pela pandemia e por incêndios florestais, secas e condições climatológicas cada vez mais imprevisíveis. É fundamental passar a mensagem de que compreendemos a necessidade de atuarmos de forma coletiva e colaborativa para construir resiliência, respeitando tanto os pequenos produtores como as grandes empresas agrícolas”, disse Vilsack.

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O ministro da Agricultura do Equador, Pedro Álava Gonçalves, destacou a urgência do aquecimento global. “Glasgow vai nos reorientar para o caminho que devemos percorrer. É um chamado à ação nas américas. Os produtores equatorianos estamos trabalhando em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente e consumidores. Não podemos assumir esses compromissos sozinhos”, afirmou.

Plano ABC

Representando o governo brasileiro, o subsecretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Ministério da Agricultura, Cleber Olivera Soares, destacou que o Brasil tem, ao menos, duas metas claras: a primeira é descarbonizar 72 milhões de hectares de lavouras e pastagens. A segunda cortar as emissões em 1,1 bilhão de toneladas de CO2 equivalente. Segundo ele, os objetivos fazem parte do plano de Agricultura de Baixo Carbono (ABC).

“O histórico de desenvolvimento da agricultura no Brasil se deu num processo de adaptação, período em que viu seu primeiro projeto para a descarbonização, o famoso Plano ABC”, destacou Soares.

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Segundo ele, entre 2010 e 2020, o país chegou a 52 milhões de hectares com modos de produção considerados sustentáveis, sendo 17 milhões apenas em Integração Lavoura Pecuária Floresta. E houve redução de 172 milhões de toneladas na emissão de CO2 pelo campo.

O Brasil chega à COP26 com sua política ambiental criticada por especialistas e defensores de questões ambientais, em meio a um cenário de aumento no desmatemento da Amazôania. Reduzir o desmatamento é considerado apenas um dos principais desafios do setor agropecuário nas discussões da agenda do clima. Outros são a implantação plena do Código Florestal e a validação dos dados do cadastro Ambiental Rural (CAR), reforçar a implantação de programas de agricultura de baixo carbono, ampliar a transferência de tecnologia e o mercado de carbono
Source: Rural

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