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Os consumidores, cada vez mais, querem saber a origem do que estão comprando. O consumo consciente, incentivado por ações como o movimento Sou de Algodão, é uma tendência mundial. Cabe a cada setor buscar ferramentas que possibilitem a transparência exigida pelo mercado.

É isso que estamos fazendo com o lançamento do SouABR, a primeira iniciativa de rastreabilidade física, em larga escala, da cadeia têxtil brasileira – da semente ao guarda-roupa. Como parceiros do projeto-piloto deste programa, que pretende revolucionar o consumo de moda no Brasil, os cotonicultores brasileiros contam com dois gigantes do varejo nacional, igualmente comprometidos com a sustentabilidade: Reserva e Renner.

 

A primeira coleção com a tag SouABR acaba de chegar às vitrines da Reserva. Por meio de um QR Code na etiqueta das peças, é possível conhecer a origem da matéria-prima certificada com o selo de Algodão Brasileiro Responsável (ABR) e o caminho percorrido em todas as empresas e etapas da cadeia produtiva.

Essa jornada começa na fazenda. Para obter a certificação ABR, os produtores atendem a um completo protocolo de 178 itens, com as mais rigorosas diretrizes de sustentabilidade do Brasil e do mundo. Assim, garantimos respeito total ao meio ambiente e ao Código Florestal e nos comprometemos com o desenvolvimento das comunidades produtoras.

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Após a colheita, o algodão certificado vai para as unidades de beneficiamento e passa por laboratórios de análise de qualidade, fiações, tecelagens, malharias e confecções, até chegar às prateleiras. Ao comprar uma peça SouABR, o consumidor conhecerá o processo completo: a fazenda onde o algodão com certificação socioambiental foi cultivado, a fiação que o transformou em fio, a tecelagem ou a malharia que desenvolveu o tecido ou a malha e a confecção que cortou e costurou a peça até chegar às prateleiras do varejo.

Esse raio-x da cadeia têxtil é resultado de dois anos de trabalho para estruturar o sistema de rastreabilidade em blockchain, tecnologia que torna as informações acessíveis e auditáveis em todas as etapas do processo, garantindo confiabilidade. Originalmente utilizada em segurança da informação para fins econômicos e de inovação, a blockchain passou a ser empregada também em outras áreas, como o mapeamento das etapas do ciclo produtivo de alimentos. Em moda, o Sou de Algodão Brasileiro Responsável é uma das primeiras iniciativas do mundo.

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Com o lançamento de uma linha masculina de t-Shirts com a tag SouABR, a carioca Reserva – parceira de número 500 do movimento Sou de Algodão – é a primeira marca do país a abraçar esse desafio, engajando uma importante rede de fornecedores. Em 2022, será a vez da Renner apresentar uma coleção cápsula 100% rastreável, para o público feminino.

A partir de 2023, o programa estará aberto à adesão de qualquer empresa que comercialize produtos têxteis com pelo menos 70% de algodão certificado e rastreado. E não faltará matéria-prima para isso. O Brasil é o maior fornecedor da fibra responsável do planeta – mais de 80% da pluma produzida no país tem o selo ABR.

A certificação socioambiental promove meios de produção justos, transforma vidas e comunidades inteiras e impacta positivamente no desenvolvimento econômico e social.

Ao demonstrar, por meio do SouABR, que o algodão presente em uma peça de roupa é certificado, nos alinhamos à demanda global por transparência e estimulamos o consumidor a fazer escolhas com propósito e, assim, contribuir para um mundo melhor para todos.

*Júlio Cézar Busato é presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa)

**as ideias e opinões expresas neste artigo são de responsabilidade exclusiva de seu autor e não repesentam, necessariamente, o posicionamento editorial da Revista Globo Rural
Source: Rural

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