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Mulheres com histórias inspiradoras estão espalhadas por todo o Brasil. A prova de que a gestão feminina no agronegócio ganha maior proporção a cada ano se mostra com as histórias das vencedoras da 4ª edição do Prêmio Mulheres do Agro, organizado pela Bayer e Associação Brasileira do Agronegócio (Abag). De grãos à aquicultura, as premiadas se comprometem com o alto nível de excelência da gestão, equilibrando os pilares econômico, social e ambiental, sem se preocupar com a questão de gênero na hora de tomar decisões.

Foi assim com Liliane Queiroz, vencedora da categoria Média Propriedade. Durante da live da Globo Rural com as primeiras colocadas da premiação, a mineira da cidade de Unaí (MG) contou que a Fazenda Primavera costumava ser gerida pelo sogro, mas aos poucos ela foi introduzida na administração dos negócios e teve que ter pulso firme para mostrar que a mulher também sabe ser líder.

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Primeiras colocadas no Prêmio Mulheres do Agro participam de live da Globo Rural (Foto: Reprodução/Youtube)

 

Ela começou produzindo apenas grãos, mas depois implantou armazéns e silos e passou a investir na pecuária de corte, como resultado de 70 cabeças de gado que ganhou sogro.

"Quando nós assumimos a gestão sem o meu sogro, os funcionários só começaram a me respeitar depois que meu marido foi fazer uma viagem inesperada e nesse período eu demiti um funcionário. Só assim eles perceberam que eu tenho voz ativa", lembra. Atualmente, a produtora é dona da marca “Dama do Agro”, bicampeã no Circuito Nelore de Qualidade, mas também reconhecida pela produção e alta qualidade e armazenamento de grãos.

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Já a produtora Erika Urban Rodrigues, do Grupo Farroupilha, em Patos de Minas (MG), ressalta que um dos maiores desafios para assumir a gestão foi a idade. A primeira colocada na categoria Grande Propriedade no Prêmio contou que, por tocar os negócios ao lado do pai e do irmão, o respeito como mulher aconteceu normalmente. Mas ela confessa que alguns funcionários olhavam com desconfiança devido à idade, já que, à época, ela tinha 22 anos.

Junto com a nova geração e a sucessão familiar, Erika, atualmente aos 36 anos, aos poucos foi adotando novas tecnologias para uma administração mais profissionalizada. E com isso, não só facilitou a adaptação com o time, formado por 500 funcionários efetivos e mais 500 safristas, como também ampliou programas de formação para os colaboradores. 

"O projeto Renova Farroupilha trata de quatro vertentes, recuperação de nascentes e gestão de recursos hídricos, cuidado com solo e manejo, recuperação de fauna e flora e reflorestamento com mudas, todas do Cerrado originalmente", ressalta Erika ao também revelar um programa para conclusão do Ensino Médio para funcionários que não tiveram a oportunidade.

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Quem também mostra dar valor para educação, pesquisa e a vida acadêmica é Márcia Kafensztok, no comando da Primar Aquacultura, em Tibau do Sul (RN) e vencedora da categoria Pequena Propriedade. Orgulhosa, ela diz que esta é a primeira fazenda de aquacultura orgânica certificada do Brasil, que produz camarões e ostras nativas. Mas mais do que a comercialização em larga escala, Márcia almeja que a Primar se torne um instituto de pesquisa.

Formada em design com uma carreira distante da aquacultura, Márcia se viu no dilema de fechar a empresa após a morte do marido, especialista no assunto. "Não tive coragem de acabar com negócio, achava muito bonita a dedicação à aquacultura e decidir aprender para dar continuidade", diz contente ao compartilhar os planos. 

"Temos o objetivo de ser uma instituto de pesquisa em aquacultura, mais ainda para ostras nativas, porque projetos assim só existem dois. Nosso laboratório de reprodução de ostras nativas tem sete anos e as pesquisas são todas envolvendo novas espécies, que a gente não domina ainda", projeta. 

Confira a live na íntegra abaixo:

Time completo

Desde que o Prêmio Mulheres do Agro foi criado, em 2018, aproximadamente 700 mulheres se inscreveram na iniciativa, que reconheceu o trabalho de 36 gestoras pelo Brasil. O time completo de vencedoras desta 4ª edição também é composto por outras seis produtoras que conquistaram as segundas e terceiras posições do pódio. 

Confira abaixo o perfil das ganhadoras:

Vencedoras da 4ª edição do Prêmio Mulheres do Agro

 

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Laura Moura Montans – 2º lugar em Pequena Propriedade

Laura Moura Montans é fundadora da Spinagro, empresa especializada na produção de Mudas Pré-Brotadas (MPBs) de cana-de-açúcar, em Batatais (SP). Pautada em uma economia circular, a produtora rural destina todo o resíduo obtido nas produções para a adubação de campos de matrizeiros, extração das gemas de cana e para a produção de cachaça. Hoje, a Spinagro produz a primeira cachaça advinda de resíduos do mundo.

Iala Gomes dos Santos – 3º lugar em Pequena Propriedade

Iala Gomes dos Santos é da cidade de Monte Carmelo (MG). Em 2005, seu sogro, por conta de geadas e nematoides, saiu do Paraná e se instalou em Monte Carmelo, iniciando, assim, uma produção de café no Cerrado Mineiro. Após a chegada de Iala à administração da propriedade, houve obtenção de certificação nacional e internacional,  credencial do Cerrado Mineiro e ainda primeiro lugar em um concurso de melhor bebida, em 2020, na categoria cafés especiais.

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Eleonora Monnerat – 2º lugar em Média Propridade

Eleonora Maria Monnerat Erthal administra a Fazenda Café Monthal em Bom Jardim, no Rio de Janeiro (RJ), ao lado família, cujo sustento vem principalmente do Café Geisha. Além do grão, também há plantio de oliveiras, atuando com o sistema agroflorestal, que posteriormente viabiliza a agregação de valor da azeitona ao azeite. Em paralelo, investem na parceria com alunos da Universidade Federal Fluminense a fim de transformar o local em um celeiro de inovação do café no Rio de Janeiro.

Fabíola Magalhães – 3º lugar em Média Propridade

Fabíola Magalhães de Araujo Nascimento é da cidade de Rio Verde, em Goiás (GO), e administra a Fazenda Sítio Nova Esperança. Fundada há 56 anos, a propriedade atua com milho, pecuária bovina, aves e suínos. Com uma ordenha mecanizada e bezerreiro com baias individuais, a fazenda de Fabíola se destaca por sua central de captação de dejetos da ordenha para a preservação do meio ambiente e posteriormente utilização como adubos naturais na lavoura e pastagem.

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Tabata Stock – 2º lugar em Grande Propriedade

Tabata Stock é da cidade de Guarapuava, no Paraná (PR). Há 69 anos, seus avós fundaram o Grupo Família Stock, que conta hoje com duas propriedades: Curucaca, localizada no município de Guarapuava, e Rio do Pedro, em Santa Maria do Oeste. O grupo atua com cevada, trigo, soja e milho e ainda consegue consorciar  eucalipto, pinnus e criação de gado de corte por meio da Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF).

Ida Beatriz Machado – 3º lugar em Grande Propriedade

Ida Beatriz Machado de Miranda Sá é da cidade de Cáceres, no Mato Grosso (MT), onde fica localizada a Fazenda Nossa Senhora do Machadinho, a qual Ida está à frente desde 2015, atua com pecuária bovina. Sustentabilidade é um dos principais pilares de sua gestão, pois assim que assumiu a propriedade junto de seu marido, realizou um projeto hidráulico que orienta toda a estratégia de gestão do recurso.

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Source: Rural

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