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O auxílio aos caminhoneiros que será concedido pelo governo federal, anunciado nesta quinta-feira (21/10) pelo presidente Jair Bolsonaro, não agradou à Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL). "O caminhoneiro não quer esmola, quer dignidade. Para as petroleiras (dão) um trilhão, para o caminhoneiro humilhação", disse o diretor da CNTTL, Carlos Alberto Litti Dahmer.

Caminhoneiros ameaçam paralisar atividades em 1º de novembro (Foto: Fellipe Abreu)

 

 

O presidente do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), Plínio Dias, também criticou a medida. "Nossa pauta é outra: é a sobrevivência da categoria, como estamos pedindo. O governo não poderá nos ajudar para sempre", afirmou Dias.

O presidente Jair Bolsonaro anunciou que o governo criará um benefício voltado a 750 mil caminhoneiros autônomos, que receberão uma ajuda para compensar o aumento do diesel. O presidente não forneceu detalhes sobre como será o auxílio nem o valor do benefício e a origem dos recursos. O anúncio foi feito no evento de inauguração do Ramal do Agreste, em Sertânia (PE). Fontes apontam que o valor concedido será de R$ 400 por mês.

"Proposta ridícula"

Na avaliação de Litti, a proposta do governo é "ridícula". "Mostra o total despreparo com qual é tratada a categoria. É um absurdo pensar que uma categoria de transportador autônomo com todas dificuldades que tem enfrentado possa compreender uma proposta tão insignificante", disse. Ele também criticou o fato de a medida não ser direcionada às causas da elevação do diesel. "Não é o auxílio que vai resolver o problema da política equivocada de preços da Petrobras para combustíveis. É preciso extirpar o mal que essa política errada está ocasionando", afirmou o diretor da CNTTL.

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Caminhoneiros rodoviários autônomos e celetistas anunciaram estado de greve no último sábado e afirmam que vão paralisar as atividades em 1º de novembro, caso o governo não atenda às reivindicações da categoria. Os pedidos incluem cumprimento do piso mínimo do frete rodoviário, mudança na política de preços da Petrobras para combustíveis e aposentadoria especial a partir de 25 anos de contribuição, entre outros. CNTRC, CNTTL junto com a Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava) estão à frente do movimento.

A Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), que reúne categoria de caminhoneiros no País, criticou o anúncio de ajuda do governo federal para compensar o aumento do preço do diesel. "Os caminhoneiros autônomos brasileiros não querem esmolas. Auxílio no valor de R$ 400 não supre em nada as necessidades e demandas da categoria", destaca a nota assinada pelo presidente do órgão, Wallace Landim "Chorão".

O texto também reforça o "estado de greve" da categoria anunciado no último fim de semana e destaca a paralisação mantida para o próximo dia 1º. Nesta quinta-feira (21), durante transmissão semanal ao vivo, o presidente Jair Bolsonaro confirmou que o benefício prometido será de R$ 400 e atenderá 750 mil caminhoneiros. "Uma proposta que não resolve nada e é mais um balão apagado para a categoria colecionar de promessas do governo que ajudou a eleger", rebate o texto.

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Segundo cálculos da associação, o valor corresponde a 3,15% das despesas mensais de combustível considerando, como exemplo, um trecho semanal trivial entre Catalão (GO) – anápolis (GO) – Araguari (MG) e rendimento médio de um quilômetro por litro de diesel. Entretanto, segundo Chorão disse ao EstadãoBroadcast, em média é possível que um caminhão carregado faça 2 km/l, trazendo o valor a 6,3% para o cenário calculado.Para a associação, o auxílio não supre em nada as necessidades e demandas da categoria.

"Queremos estabilidade dos preços dos combustíveis, um fundo de colchão para amenizar volatilidade, mudança na política de preços da Petrobras, aposentadoria especial a partir dos vinte e cinco anos de contribuição e, acima de tudo, queremos respeito e cumprimento da Lei do Piso Mínimo de Frete", comunica o texto. "Não há razão para que o Governo Federal não atenda as reivindicações de que não deixou o país para traz e trabalhou para que nada faltasse a nenhum brasileiro", completa.
Source: Rural

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