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Um dos maiores produtores agrícolas do mundo, o Brasil não sabe ao certo qual o real consumo de fertilizantes e defensivos para traçar uma estratégia de enfrentamento a crise global no abastecimento de insumos agropecuários. Segundo o diretor de Política Agrícola e Informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Sergio De Zen, o Ministério da Agricultura encomendou um estudo para avaliar quais são os atuais fornecedores do país e possíveis alternativas diante da redução da oferta mundial.

Produtores sofrem com o cancelamento de entregas e alta no preço de fertilizantes e defensivos este ano (Foto: Getty Images)

 

“Nos últimos 20 anos, nós não sabemos de quanto de defensivos e quanto de insumos precisamos para produzir (…) Então, o primeiro passo é saber quanto precisamos e a que ponto estamos”, destacou De Zen ao citar, por exemplo, a falta de uma padronização nacional na coleta de dados de coeficientes técnicos da agricultura. “Tem várias fontes e tipos de cálculo e isso dificulta consideravelmente a gente ter uma visão global”, afirmou o diretor de Política Agrícola e Informações da Conab durante participação em audiência pública no Senado Federal, na quinta-feira (21/10).

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Ainda de acordo com De Zen, uma das principais preocupações do governo no momento se dá com a crise energética mundial, que afeta o valor do gás natural e a produção de nitrogênio e defensivos químicos. Outra é com o embargo dos EUA e da Europa à Bielorrússia, país que concentra 20% da produção mundial de potássio. “Esses países dependem em aproximadamente 5% do volume importado enquanto no Brasil dependemos em 25% e o volume nosso é grande”, observou De Zen.

Embora a safra de verão 2021/2022 já esteja praticamente garantida, o diretor de Política Agrícola e Informações da Conab revelou preocupação com o milho de segunda safra, cujas entregas de insumos estão em 60% do programado. Ele lembrou que, no caso dessa cultura específica, os Estados do Sul do país sofreram na última temporada com ataques de cigarrinha, tornando ainda mais grave a falta de defensivos químicos no mercado.

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“Dos produtos que estão no campo e têm um momento complexo, temos, por exemplo, o café. Ele também precisa ser observado porque ele vem de uma seca, uma geada e de num momento em que ele precisa do uso de corretivos e suplementação de fertilizantes que também precisa ser feito nessa época e que a gente ouve em alguns momentos da nossa equipe de campo alguns problemas”, relatou De Zen, ao destacar que o cenário é “muito preocupante”.
Source: Rural

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