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Antonio Guterres, secretário-geral da ONU. (Foto: ONU)

 

Durante coletiva de imprensa realizada de forma virtual na tarde desta quinta-feira (21/10), o secretário-geral das Nações Unidas (ONU) António Guterres se mostrou extremamente preocupado com a lentidão e os rumos do Acordo do Clima, além do avanço das mudanças climáticas.

Diversas vezes em seu discurso ele repetiu o quanto é importante que países apresentem programas concretos para diminuir o aquecimento global. E que estes planejamentos comecem imediatamente. “Precisamos de ações concretas agora, porque estamos chegando em um ponto que pode ser irreversível”, alertou.

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Floresta amazônica (Foto: Globo Rural)

 

Ao olhar para o passado, Guterres criticou a demora, principalmente dos países desenvolvidos, em tomar atitudes para reverter o uso de combustíveis fósseis ou ainda preservar florestas. “O debate demorou porque não havia uma consciência pública de que estamos indo em direção ao desastre. O lobby dos combustíveis fósseis engajaram campanhas colocando em dúvida a ciência”, criticou.

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Em seguida, o secretário-geral da ONU disse que o alerta para as questões do clima “veio muito tarde e agora parece estar acelerando” em uma proporção maior. “Isso chegou a um nível de sociedade e , mais importante, o setor privado entendeu que estamos indo na direção errada. Agora, com essa compreensão de que ser lucrativo virá da economia verde, como a energia solar, as discussões estão ganhando velocidade”, disse.

Para ele, todos os países precisam fazer a sua parte. Em relação ao Brasil, Guterres afirmou que a contribuição do país ao combate às mudanças climáticas está na Amazônia.  “A preservação da floresta amazônica, ou da floresta do oeste asiático ou da floresta da Rússia, preservar florestas é urgente. Importa não apenas não destruir a floresta, mas aumentar a florestação. É um apelo de que a floresta amazônica seja mantida porque ela é um contributo muito importante do Brasil para o combate às ações do clima do mundo”, declarou em resposta a uma pergunta feita pela reportagem da revista Globo Rural.

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Quando se referiu à Amazônia, o secretário da ONU também enumerou outros desastres ambientais pelo globo, como a descaracterização do bioma Tundra, no Hemisfério Norte, acima do Círculo Polar Ártico, o aumento do nível do mar registrado em diferentes zonas costeiras e os próprios incêndios florestais, como nos Estados Unidos e Austrália.

“Se não agirmos de imediato, teremos consequências as quais nem conseguimos mensurar”, projetou. Além disso, Guterres defendeu a presença das comunidades indígenas nas discussões em Glasgow, “porque a voz deles é extremamente importante”.

Diante da urgência climática declarada, António Guterres aposta todas as fichas na COP-26, e chamou a atenção para compromissos e ações mais ambiciosas de Estados Unidos e China. “Eles são os maiores poluidores e ambos precisam fazer mais. Mais do que estão anunciando. E, claro, garantir que os objetivos de emissão podem ser concretos. Sabemos que a discussão está entre o alto nível do congresso norte-americano, e precisamos pensar em soluções de Norte a Sul, de Leste a Oeste”, defendeu. No entanto, ele ponderou que não vê “capacidade da comunidade internacional estabelecer um acordo comum sem o multilateralismo”.

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Nas próximas semanas, o secretário da ONU deve se reunir com personalidades estratégicas para a discussão sobre as mudanças climáticas, bem como já se reuniu com o setor privado global. “Vejo deles um compromisso crescendo e querendo facilitar transições com os governos”, comentou.

Como mensagem de esperança, António Guterrez defendeu que a solidariedade é essencial, pois os países em desenvolvimento estão sob pressão, atingindo o pico do uso dos recursos naturais, e ao mesmo tempo as nações desenvolvidas podem e devem contribuir para o coletivo.

“Eu estou muito preocupado, mas ainda esperançoso de que o senso comum e de responsabilidade fará todos os governos tomarem as decisões corretas. Estou com medo de estar errado. Minha esperança é de que não estejamos atrasados”, concluiu.

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Source: Rural

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