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A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a startup Promip desenvolveram um bioinseticida para controle da lagarta-do-cartucho em todas as culturas atacadas pela praga. O lançamento oficial do produto, chamado de BaculoMip SF, será nesta terça-feira (19/10), com transmissão via internet.

Lagarta do cartucho é uma das principais praga que atingem a cultura do milho (Foto: Marina Pessoa/Embrapa)

 

A lagarta-do-cartucho é considerada uma das principais pragas da cultura do milho. Mas pode atingir também lavouras de soja e de outras cem espécies, entre cereais, frutas e hortaliças. A promessa dos responsáveis pelo produto é de alta eficácia no combate à lagarta sem afetar outros insetos que são inimigos naturais da praga na lavoura.

De acordo com comunicado da Embrapa, em experimentos, o bioinseticida apresentou alta taxa de mortalidade das lagartas, incluindo aquelas resistentes aos grãos transgênicos. A situação foi verificada também quando o BaculoMip SF é utilizado em consórcio com outros produtor biológicos.

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De acordo com o comunicado da Embrapa, o bioinseticida também não deixa resíduos na cultura, além de propiciar a redução do uso de produtos químicos. Ainda conforme a empresa, o BaculoMip SF pode, inclusive, ser empregado em alternância com os químicos. E também é aprovado para utilização em lavouras de orgânicos.

“O novo bioinsumo é seguro, não deixa resíduos na cultura e não causa desequilíbrio ambiental. Outro benefício é a aplicação flexível, em cultivos tradicionais ou orgânicos e até mesmo nas áreas de refúgio de transgênicos”, frisa o pesquisador Fernando Herco Valicente, da Embrapa Milho e Sorgo. Ele liderou o trabalho da parte da estatal.

Recomendação para o novo bioinseticida é aplicar nos períodos mais frescos do dia (Foto: Embrapa)

O bioinseticida tem como princípio ativo o Baculovirus spodoptera multiple nucleopolyhedrovirus (SfMNPV), que começa a agir depois de ser ingerido pela lagarta depois de pulverizado sobre as folhas. A partir de 48 horas depois de infectada, ela começa a diminuir sua alimentação, chegando a comer até 93% menos. E leva em torno de cinco dias para morrer.

"Uma inovação importante do novo produto é o fato de o baculovírus empregado romper o tegumento da lagarta, o que faz com que o inseto morto propague o vírus para outras Spodoptera frugiperda presentes na lavoura", ressalta a Embrapa, em comunicado.

Fernando Herco Valicente explica que a alta eficiência pode ser alcançada desde que o produto seja posicionado corretamente. A recomendação, segundo ele, é de aplicar o bioinseticida sobre a lavoura nas horas mais frescas do dia, como o período da manhã ou após as quatro da tarde.

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"E o agricultor precisa sempre fazer uso de um espalhante adesivo, para ter uma aplicação uniforme e atingir o alvo”, orienta, de acordo com o comunicado da Embrapa. Fernando ressalta ainda que o manejo desse tipo de produto não deve ser feito de forma semelhante ao do inseticida químico.

Segundo a Embrapa, o bioinseticida será comercializado na versão em pó, em embalagens de 500 gramas e de um quilo. A uma dosagem de 50 gramas por hectare, um quilo é suficiente para 20 hectares de lavoura. O produto tem até um ano de vida útil em prateleira e pode ser mantido em temperatura ambiente.
Source: Rural

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