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Em sua quarta edição, mas pela primeira vez fora da Finlândia, o Fórum Mundial de Bioeconomia começou nesta segunda-feira (18/10), em Belém, no Pará. A ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira afirmou que "certamente, a bioeconomia e a economia circular são algoritmos estratégicos para o desenvolvimento do Brasil".

Teixeira declarou ver com otimismo o desenvolvimento sustentável no país. Antes da sua palestra, o governador paraense, Helder Barbalho, assinou quatro decretos para a região Amazônica  – foco do evento deste ano – com a criação de uma reserva ambiental, um edital para a venda de crédito de carbono, um comitê ecológico e uma estratégia de bioeconomia estadual.

Agrofloresta na Amazônia. Região é o assunto principal do Fórum Mundial de Bioeconomia (Foto: Reprodução)

 

"Há cerca de 30 anos, o Brasil sofreu fortes pressões internacionais em função do desmatamento da Amazônia. Foi quando começaram os programas de cooperação internacional", lembrou Teixeira. "Hoje, não estamos mais falando de desmatamento legal ou ilegal: a questão é o desmatamento", acrescentou.

A também ex-funcionária do Ibama fez um alerta, no entanto, para a necessidade de se buscar, continuamente, soluções para a preservação da floresta amazônica. "É preciso pensar em escala. As soluções requerem agenda, ousadia e mobilização,  com engajamento das populações locais", disse Teixeira.

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Considerado o "pai" da bioeconomia europeia, o ex-diretor da comissão da União Europeia e conselheiro ambiental do governo alemão, Christian Patermann, destaca que há cerca de 60 estratégias em realização no mundo para alinhar a produção sustentável às políticas econômicas de cada país. "A China se comprometeu a se tornar a bioeconomia mais robusta", pontuou o especialista.

"Estamos contribuindo para uma transformação biológica e digital – coisa que não havia em 2005. Baseada no capital natural, a bioeconomia está centrada na geração de valor. Também temos a missão de compartilhar conhecimento", declarou Patermann em seu discurso. "O G20, em julho, teve o primeiro workshop sobre o tema. E a ONU já colocou o assunto como prioridade", acrescentou.

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Para Helder Barbalho, a bioeconomia é o instrumento necessário para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. O governador está à frente do 24° estado em IDH, com 44% da população abaixo da linha de pobreza e que se comprometeu, no entanto, a reduzir em 37% as emissões de carbono até 2030.

"Nossa região trabalha de forma integrada, coesa e unida pelos amazônicos que aqui habitam", defendeu o governador. Já a Amazônia ocupa 44% do território latino-americano, abrangendo oito países, conforme lembrou outra palestrante. Os representantes do fórum pedem urgência na elaboração de soluções internacionais integradas para o desenvolvimento sustentável.

"A bioeconomia é baseada no uso de recursos renováveis e processos eficientes, com grupos eco industriais", destacou a conselheira estratégica do Fórum Mundial de Bioeconomia, Teresa Presas. O evento será realizado entre hoje e quarta-feira (20), com a participação de vários representantes do setor produtivo, governos e área ambiental do Brasil e de outros países.
Source: Rural

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