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A crise logística global surgida após a pandemia de Covid-19, com a escassez de contêineres e alta no preço do frete marítimo, continua castigando produtores brasileiros que dependem desse modal para exportar. No último final de semana, nove toneladas de café especial da Labareda Agropecuária, sediada no interior de São Paulo, precisaram ser enviadas por avião, via aeroporto de Guarulhos, para socorrer um cliente do Reino Unido.

Lote de 160 sacas de 60 quilos foi embarcada de avião no último sábado (2/10) após três meses parada no porto de Santos (Foto: Divulgação)

 

“O mais lesado nesse caso sou eu. Mas, como apertou para o meu cliente, ele resolveu pagar porque ficou sem produto. E é ruim isso, porque ele precisa ter a margem dele pra continuar comprando de mim”, conta o diretor comercial da Labareda, Gabriel Lancha Alves Oliveira. Sem conseguir receber o pagamento até o café ser entregue, ele relata ter outras 18 remessas paradas em armazéns, além de dois contêineres em Santos (SP) aguardando para serem despachados para os Estados Unidos, o que lhe gera um custo de US$ 1,5 mil a cada duas semanas.

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“O que está acontecendo é que nossos cafés estão parados no Brasil. Então as pessoas lá fora estão precisando, porque a demanda está muito aquecida e eles estão achando alternativas. E quais são essas alternativas? Ir atrás de outros fornecedores”, reclama Gabriel, ao destacar que também tem recebido pedido de novos clientes. “Provavelmente, quem fornecia para ele não está conseguindo fornecer, ou por logística ou por preço, e ele está indo atrás de uma nova solução – o que também pode acontecer comigo”, avalia.

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Em meio às dificuldades, os clientes internacionais da Labareda têm desembolsado até US$ 8 mil de taxa de urgência para conseguir vaga nos próximos navios, diz Gabriel. O custo para enviar o produto pela via marítima, no cenário atual, sem a urgência, tem sido algo em torno de US$ 2 mil por remessa. Em condições normais, o valor seria menor. Já o embarque por avião custou US$ 11 mil, quase 500% a mais. “No frigir dos ovos, o cara não vai ter o lucro disso tudo e esse dinheiro está ficando para quem? Para os armadores. Eles estão nadando e a cadeia inteira do café está sofrendo com isso”, reclama o produtor.

Source: Rural

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