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Quatro meses após conquistar o status de livre de febre aftosa sem vacinação, o Rio Grande do Sul implementou um mecanismo para proteger os pecuaristas em caso de manifestação de foco da doença em seus rebanhos. O contrato foi assinado nesta segunda-feira (4/10) entre o Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa) e a seguradora canadense Fairfax, na sede da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), em Porto Alegre.

Os touros angus em pastagem, no Rio Grande do Sul. Estado passa a ter um seguro específico para proteção de risco contra o contágio do rebanho pela febre aftosa (Foto: Gabriel Oliveira/Agência El Campo)

 

O seguro, inédito no mundo, de acordo com a Fairfax, tem um fundo total de R$ 315 milhões em caso de necessidade de abate sanitário, sendo R$ 300 milhões da seguradora e outros R$ 15 milhões de valor de franquia, custeado pela Fundesa, que pagará anunalmente R$ 3,98 milhões à companhia de seguros.

O pecuarista não terá ônus. Se as perdas forem inferiores a R$ 15 milhões, a Fundesa, que recebe recursos dos produtores, banca o prejuízo. Acima desse valor, a seguradora assume. Nas contas da Farsul, o momtante é suficiente para atender 273 mil propriedades de criação de bovinos.

"Vai contribuir para que o produtor, que é o primeiro fiscal, tenha a tranquilidade necessária para, em caso de incidência de febre aftosa, agir com rapidez e chamar a autoridade sanitária para fazer o diagnóstico. Se for confirmado o foco, o produtor recebe a indenização pelos abates", afirmou, em nota da assessoria, Gedeão Pereira, presidente da Farsul.

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Ricardo Sassi, representante da Fairfax, disse que o cálculo para o valor do seguro gaúcho levou em conta diversos fatores como o georreferenciamento de propriedades e a qualidade do trabalho de defesa agropecuária realizado no Estado.

“A Fundesa faz um trabalho muito sério. Foi uma ideia muito sábia contratar esse seguro. Acho que é exatamente como um plano de saúde para nós. Temos que pagar para não usar. Tomara que nunca mais tenhamos febre aftosa na América do Sul”, diz o pecuarista e sócio de frigorífico em São Lourenço do Sul, Luiz Roberto Saafeld, que recria e engorda de 2.300 a 3.500 animais machos e castrados de raças como angus e hereford em sua fazenda em São Lourenço do Sul e abate cerca de 2.000 animais por mês.

O pecuarista conta que a indústria é responsável por pagar a contribuição à Fundesa mensalmente. O pagamento é de R$ 1,12 por cabeça abatida, sendo metade desse valor recolhida do produtor. Há planos de reforçar os recursos da Fundesa, mas, como isso envolve aumento da contribuição dos produtores, a proposta tem que ser aprovada na Assembleia Legislativa.

O último foco de febre aftosa no Rio Grande do Sul foi registrado em 2001, quando a Fundesa ainda não existia.
Source: Rural

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