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Em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (27/9), a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), em nome de seus associados, reforçou o posicionamento contra a liberação de importação do cereal geneticamente modificado da Argentina.

“Nossa preocupação é pelas incertezas regulatórias, comerciais, e de saúde que podem significar uma eventual entrada do trigo transgênico no Brasil”, disse o embaixador Rubens Barbosa, presidente executivo da Associação. Segundo ele, toda a cadeia do trigo compartilha da posição contrário ao cereal transgênico.

Associações do setor aguardam decisão da CTNBio sobre liberação de trigo transgênico no Brasil (Foto: Acervo/Ed. Globo)

 

 

O Brasil importa cerca de 60% do trigo que consome, com a maior parte proveniente da Argentina, único país que liberou o plantio de trigo modificado. Claudio Zanão, presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias, Pães e Bolos Industrializados (Abimapi), também disse ser contra liberar o cereal modificado.

“A produtividade não vai aumentar, a segurança alimentar ao consumidor também não vai aumentar. Se nenhum país aprovou até hoje, por que nós vamos ser cobaias? Não há necessidade”, disse ele.

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Segundo Zanão, o Brasil é o terceiro maior mercado do mundo no consumo de massas e biscoitos e o sétimo em pães industrializados. “Se isso acontecer, provavelmente nós vamos ser barrados em muitos países”, completa.

A gente pode garantir que, se isso avançar, o setor de panificação não comprará trigo vindo da Argentina. Nós vamos radicalizar, não queremos correr risco de perda de mercado, então buscaremos outros mercados".

Paulo Menegueli, presidente da Abip

Paulo Menegueli, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip), também presente na coletiva, também reforçou o coro. “A gente pode garantir que se isso avançar, o setor de panificação não comprará trigo vindo da Argentina. Nós vamos radicalizar, não queremos correr risco de perda de mercado, então buscaremos outros mercados”.

O pedido e a decisão

No início de setembro, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) adiou para outubro o parecer sobre a liberação comercial no Brasil do trigo geneticamente modificado produzido na Argentina. A Comissão está avaliando informações que haviam sido pedidas à companhia solicitante, Tropical Melhoramento & Genética (TMG), que protocolou o pedido de importação e comercialização feito pela empresa argentina de biotecnologia Bioceres.

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“O Governo argentino decretou que a autorização para a comercialização do trigo na Argentina dependia de uma aprovação prévia do governo brasileiro, porque nós somos o principal mercado e eles não queriam começar a produzir sem ter como exportar. Estamos aguardando a manifestação da CTNBio”, explicou o presidente da Abitrigo.

A indústria brasileira de trigo já está preparada para contestar uma eventual aprovação da CTNBio. Rubens Barbosa disse que 90 dias após a decisão, uma reunião do Conselho Nacional de Biossegurança pode ser convocada para examinar a conveniência e a oportunidade do decreto final. "Seguramente, a depender da decisão, essa medida será tomada pela Abitrigo e pelas outras associações", afirmou.
Source: Rural

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