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Depois da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (Aprosoja-MT), foi a vez da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) divulgar uma nota aberta com críticas ao Supremo Tribunal Federal e respaldo às manifestações marcadas para amanhã, 7 de setembro, em apoio ao presidente Jair Bolsonaro. 

“A Farsul manifesta seu apoio ao movimento cívico, pacífico, ordeiro e democrático de 7 de setembro, no sentido de que este sirva de momento para reflexão de todos os brasileiros, pois assim, sairemos mais maduros e unidos como povo, cientes de nossos papéis e deveres”, diz trecho da nota assinada pelo presidente da Farsul, Gedeão Pereira.

 

 

No documento, Gedeão culpa STF e Senado pela relação conflituosa estabelecida entre os poderes da República e manifesta “o repúdio ao viés político adotado pela mais alta corte do Poder Judiciário brasileiro, assim como a omissão de posição do Senado Federal diante de seu papel institucional”.

Embora muitas entidades e dirigentes do agro, como o presidente da Aprosoja Brasil, Antonio Galvan, estejam fazendo convocações pelas redes sociais para que os produtores saiam às ruas em apoio a Bolsonaro e repúdio ao STF neste feriado de 7 de setembro, não há consenso no setor.

Na semana passada, entidades ligadas ao agronegócio divulgaram um manifesto mostrando preocupação com o que chamam de “desafios à harmonia político-institucional e, como consequência, à estabilidade econômica e social” no Brasil. Assinaram o documento a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Associação Brasileira das Indústria de Óleos Vegetais (Abiove), Crop Life Brasil, Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Associação Brasileira dos Produtores de Óleo de Palma (Abrapalma), Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo) e Sindicato Nacional das Indústria de Defesa Vegetal (Sindiveg).

As entidades defendem que as cadeias produtivas e setores econômicos precisam de estabilidade, segurança jurídica e harmonia para trabalhar, o que é o inverso de “aventuras radicais, greves e paralisações ilegais, de qualquer politização ou partidarização nociva, que, em vez de solucionar problemas, tende a agravá-los”.

A posição do presidente da Aprosoja Brasil foi alvo também de críticas de lideranças do agro, como o ex-ministro e grande produtor de soja, Blairo Maggi, que o acusou de usar a entidade para fazer política. Galvan foi, inclusive, incluído em um inquérito aberto pelo ministro Alexandre Moraes, do STF, sob suspeita de incitar a prática de atos violentos e ameaçadores contra a democracia. Além da ordem de busca e apreensão na casa de Galvan e de depoimento à Polícia Federal, Moraes proibiu o dirigente de se aproximar do raio de  um quilômetro da Praça dos Três Poderes, dos ministros do STF e dos senadores.

Na semana passada, o vice-presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber, manifestou o apoio institucional da entidade ao ato em Brasília, que ele chama de “democrático e patriota”, mas fez questão de afirmar que a  organização logística será responsabilidade de cada associado, sem interferência ou custeio da entidade. Segundo a nota, a decisão foi tomada com anuência das lideranças dos 27 núcleos regionais, que representam os mais de 7,5 mil associados. Galvan e Maggi são associados da Aprosoja-MT.
Source: Rural

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