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A 44ª Expointer, primeira entre as grandes feiras agropecuárias do Brasil a ser realizada durante a pandemia, começou neste sábado (4/9), em Esteio, no Rio Grande do Sul, com público razoável de expositores e visitantes. A previsão de chuva não se confirmou e o tempo estável contribuiu para que o público voltasse ao Parque de Exposições Assis Brasil após dois anos desde a última edição presencial da feira, em 2019.

Tempo estável contribuiu para que o público voltasse à Expointer após dois anos (Foto: Marcelo Curia/Revista Globo Rural)

 

A secretária da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul, Silvana Covatti, acredita que a exposição ditará tendências para as próximas feiras agropecuárias no Brasil. “Nós temos câmeras em todo o parque para controlar o número de pessoas em cada pavilhão. Então, eu acredito que a Expointer vai ser exemplo para outros estados e, quem sabe, para outros países também”, projeta a titular da pasta.

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Silvana Covatti, secretária de agricultura do RS, durante cerimônia de abertura dos portões da Expointer (Foto: Marcelo Curia/Revista Globo Rural)

Referindo-se aos lavabos e dispensadores de álcool gel espalhados pelo parque, Silvana destacou que “todo o aparato” necessário para o cumprimento dos protocolos de saúde estão expostos para quem circula pela feira. Sobre a decisão de realizar o evento durante a pandemia, a secretária afirma que teve o aval do governador do Estado, Eduardo Leite, devido à previsão de que 60% a 70% do povo gaúcho já estaria vacinado no período da Expointer. Até sexta-feira (3/9), o Estado vacinou 70% da população com a primeira dose.

Passeio em família

No início da manhã, Halaim Flores e a esposa Aline Zimmer, de São Sebastião do Caí, circulavam com a filha Martina pelo pavilhão de ovinos e bovinos. Esta foi a primeira visita da pequena, de um ano e quatro meses, à Expointer. “Ela é muito ligada aos animais. Procuro estimular esse contato com as coisas do campo”, disse Halaim, que trabalha com pecuária de corte. Apesar de ser criador, estava na feira como visitante. Respeitando o uso de máscaras, o casal se mostrou satisfeito em relação à triagem feita na entrada do parque, onde foi medida a temperatura e disponibilizado álcool gel.

O casal Halaim Flores e Aline Zimmer aproveitaram a reabertura da feira para levar a filha de 1 ano e quatro meses, para conhecer o evento (Foto: Marcelo Curia/Revista Globo Rural)

 

O público que visita o parque não precisa apresentar teste negativo de covid. O laudo somente é exigido dos trabalhadores que estão em tempo integral na feira. “Nós estamos pedindo o exame para quem está permanentemente no parque. A pessoa que vem visitar uma ou duas vezes por semana, ela vai preencher um questionário durante a compra do ingresso. Então, essa pessoa, ela não precisa mostrar o teste”, explica Silvana.

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Público da Expointer deste ano foi limitado a 25 mil pessoas, um terço do observado em edições anteriores (Foto: Marcelo Curia/Revista Globo Rural)

A entrada no parque transcorreu com mais normalidade do que o previsto considerando o cenário de pandemia. Na chegada, a equipe da revista Globo Rural apresentou a credencial de imprensa no portão 5, como de costume em edições anteriores. Contudo, não foi solicitado o teste negativo para covid, documentação que estava prevista no protocolo definido pela Secretaria Estadual da Saúde.

Os protocolos para prevenção à Covid-19 estão sendo respeitados pela maioria das pessoas que estão no Parque Assis Brasil. Entretanto, uma parte dos visitantes e expositores circulam pelo parque sem o uso de máscara ou utilizam de forma inadequada.

A vez das pequenas e médias

As grandes empresas que tradicionalmente participam da Expointer, como Massey Ferguson, Valtra, Case e New Holland, não estão na edição deste ano. A John Deere mundial também ficou de fora, embora uma concessionária que comercializa a linha amarela, voltada a equipamentos para construção civil, esteja presente na feira.

Grandes marcas ficaram de fora da edição deste ano da Expointer (Foto: Marcelo Curia/Revista Globo Rural)

 

Conforme o Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers), a pandemia comprometeu a presença das multinacionais, já que a realização da Expointer foi confirmada próximo da data. A decisão é global e leva em conta o planejamento anual das fabricantes para a participação de eventos.

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“É uma feira muito diferente, é a Expointer da retomada”, avalia o presidente do Simers, Claudio Bier, ressaltando que neste ano as atenções estarão voltadas às pequenas e médias indústrias de implementos agrícolas. Segundo o empresário, 85 fabricantes confirmaram participação. No site oficial da feira, no espaço dedicado aos expositores, consta o nome de 69 empresas que confirmaram presença na Expointer. Em 2019, 145 fabricantes estiveram em Esteio.

Expointer também é reconhecida pelos leilões e exposição de animais (Foto: Marcelo Curia/Revista Globo Rural)

 

Quem veio expor equipamentos tenta aproveitar ao máximo a vitrine. É o caso da MC Hale, importadora da marca irlandesa de implementos agrícolas com sede em Canoas. “O nosso público já sabe que estamos aqui. Precisamos nos adaptar a esta nova realidade”, avalia o vendedor Anderson Paz. O representante da marca conta que, desde 2014, a empresa vem todos os anos à Expointer.

 

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O agricultor Paulo Romio, que trabalha com produção de hortaliças no município de Garibaldi, estava no parque com a família em busca de inovações no setor de máquinas. “Achei a feira um pouquinho fraca. Não tem uma grande novidade”, disse ao ser questionado sobre o que estava achando da exposição. Usando a máscara corretamente, afirmou estar tranquilo em relação aos cuidados necessários na pandemia.

Acesso controlado

No Pavilhão da Agricultura Familiar, o fluxo de pessoas é controlado por meio de roletas. No primeiro dia de Expointer, a movimentação foi moderada. Na praça de alimentação, a disposição das mesas respeita o distanciamento previsto pelos protocolos de saúde.

Chácara Vila Nova Orgânicos é a primeira agroindústria familiar de Porto Alegre a participar da Expointer. (Foto: Marcelo Curia/Revista Globo Rural)

 

Entre 228 empreendimentos que participam da feira para expor produtos da agricultura familiar em 210 estandes, há expositores de 126 municípios do Rio Grande do Sul, além de nove representantes de Minas Gerais, três do Amapá e um do Rio de Janeiro.

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Produtora Luci Mara Silva Almeida, da Chácara Vila Nova Orgânicos, participa da Expointer pela primeira vez este ano (Foto: Marcelo Curia/Revista Globo Rural)

Na produção local, destaque para a estreia da Chácara Vila Nova Orgânicos, a primeira agroindústria de Porto Alegre a ser incluída no Programa Estadual de Agroindústria Familiar (PEAF) e a primeira a participar da Expointer. “É uma felicidade muito grande, porque abre um leque para outras possibilidades”, comemora a produtora Luci Mara Silva Almeida.

Apesar do ritmo lento das vendas no primeiro dia de feira, Luci se mostra otimista. “A expectativa sempre é grande. Estou torcendo muito, e acredito que vamos vender bem”, disse. No estande na Expointer, a Chácara Vila Nova está comercializando suco e geleia de morango.

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Desde 2017, Luci e o marido Obirajara Souza Almeida trabalham com a produção de morangos orgânicos na zona sul de Porto Alegre. Após diversos experimentos com mudas nacionais e da Argentina, investiram na aquisição de mudas vindas da Espanha, mais resistentes às pragas. A partir deste mês até novembro, se a condição climática ajudar, a agricultora projeta colher entre 200 e 250 quilos de morangos orgânicos por semana.
Source: Rural

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