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O setor sucroenergético está um passo à frente de outros setores do agronegócio em ESG, sigla em inglês que reúne a adoção de boas práticas ambientais, de governança e sociais no mundo corporativo. A afirmação foi feita pelo professor Gonçalo Pereira, coordenador do Laboratório de Genômica e Bioenergia da Unicamp, na live “As boas práticas ambientais como alicerce do ESG”, promovida nesta sexta-feira (27/8) pela Globo Rural, que teve a participação também de Marcelo Morandi, chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente, e  Bertholdino Teixeira Junior, conselheiro da União Nacional da Bioenergia (Udop).

As boas práticas nas usinas de cana e a agenda ESG para o setor foram temas de live da Globo Rural (Foto: Reprodução/Youtube)

 

Como exemplo, Pereira citou a volta das onças, que estão no topo da cadeia alimentar, ao interior de São Paulo graças aos corredores de reserva legal das usinas formados em áreas de pasto. “Eu enxergo esse setor como um trem gigantesco, com vagões incríveis. A locomotiva é a motorização com as células de combustível de etanol.”

Segundo o professor, a molécula do etanol é o sol em sua forma líquida por ter oxigênio. “Se o etanol pudesse ser produzido em países de clima temperado, estou certo de que seria a molécula do presente e do futuro.” Para ele, se o etanol se tornar a molécula do futuro no mundo, a primeira coisa que vai acabar são as migrações africanas, porque terá emprego na África, na Ásia e em todos os países.

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Morandi, da Embrapa, lembrou que os conceitos de ESG são antigos, mas não estavam agrupados no mesmo guarda-chuva. “Recentemente, esse movimento uniu as três partes, avançou e agora faz parte de qualquer negócio, com métricas e exigências.” Para ele, não existe futuro sem sustentabilidade e não apenas ambiental e o setor é um exemplo disso.

“A economia circular é amplamente praticada no setor, que gera açúcar, etanol, adubo, energia elétrica, biogás, CBios e polímeros. Essa é a economia do futuro, é a economia da recuperação pós-pandemia. Ou sou sustentável ou não existo.”

Bertholdino, que também é gerente corporativo de sustentabilidade da usina Coruripe, disse que o setor tem ESG no seu DNA porque produz energia limpa há muito tempo. “O setor evoluiu muito nos últimos 15, 20 anos. Não temos resíduos, temos subprodutos. A grande virada agora é a entrada do tema da governança, com transparência nas finanças, biodiversidade nas empresas e nos conselhos.”

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Os três participantes da live concordam que as tecnologias digitais aceleraram a adoção das práticas de ESG em todos os negócios, com destaque para o agro, simplificando a gestão de reserva legal, de áreas de preservação permanente, de produção e da gestão. “O digital certamente veio ajudar e dar suporte às práticas de ESG nas usinas com imagens reais do campo”, disse o gerente da Coruripe.

Também foi unânime a avaliação de que o desafio do setor é comunicar o que faz em ESG para a sociedade e para os fundos, que têm milhões para investir em práticas sustentáveis. “Quando o consumidor abastecer o carro com etanol porque é uma energia limpa e faz bem para o planeta, estaremos nos comunicando”, disse Teixeira Junior. “Precisamos mostrar a qualidade das nossas usinas, do etanol, do biometano, do crédito de carbono. O mundo precisa enxergar as usinas como biorrefinarias que estão prontas para receber novos investimentos”, completou Gonçalo, dando como exemplo o recente IPO da Raízen, com a aposta nas novas tecnologias de etanol de segunda geração e biometano.

Prêmio

Durante a live, foi detalhada também a criação do Prêmio Boas Práticas Ambientais, parceria da Udop com a Embrapa e apoio de mídia da Globo Rural, que visa desafiar as usinas a apresentarem suas inovações. A premiação, que tem inscrições abertas até 17 de setembro no site da Udop, em quatro categorias: redução de emissões, gestão da água, gestão da paisagem e eficiência energética.

Assista à íntegra da live

Source: Rural

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