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Um estudo feito com base nos números da safra 2019/2020 indicou que a oferta de soja em Mato Grosso do Sul superou a demanda em 600 mil toneladas. No caso do milho, a diferença foi bem maior, de 3,42 milhões de toneladas. O trabalho foi feito pela Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja-MS) com apoio do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) e dados do próprio setor e de instituições públicas.

Mato Grosso do Sul contabilizou uma oferta total de 11,8 milhões de toneladas de soja na safra 2019/2020 (Foto: REUTERS/Jose Roberto Gomes)

 

Em comunicado, a Aprosoja-MS explica que, para efeito da pesquisa, o departamento econômico considera para a conta da demanda a quantidade de soja e milho que o mercado está disposto a comprar por um determinado período. É a soma do que foi consumido internamente e o volume de exportação. A conta da oferta leva em consideração o estoque inicial, a produção e a importação.

De acordo com o levantamento, a demanda por soja de Mato Grosso do Sul na safra 2019/2020 foi de 11,2 milhões de toneladas. Desta forma, a oferta, de 11,8 milhões de toneladas do grão, foi suficiente para atender aos mercados interno e externo. Do total demandado, 21,36% foram para consumo no Estado e 78,64% tiveram como destino outros estados brasileiros ou mercados internacionais.

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“O escoamento interestadual reduz a industrialização no Mato Grosso do Sul e eleva o preço interno de produtos com maior valor agregado à base de soja. Apesar do mercado internacional atrair grande parte dos vendedores dos grãos, pelo elevado preço pago mediante um real desvalorizado, também reduz o desenvolvimento do segundo setor e o volume disponível para consumo interno”, analisa a economista da Aprosoja/MS, Renata Farias, no comunicado enviado pela entidade.

Já a demanda por milho foi calculada em 10,38 milhões de toneladas, para uma oferta de 13,8 milhões em Mato Grosso do Sul. O trânsito interestadual do cereal do Estado foi o de maior participação, com 77,54% da produção tendo como destinos estados como Paraná e Santa Catarina, além do município de Campinas, no interior de São Paulo. O consumo interno, liderado pela indústria de proteína animal, respondeu por 17,8% da demanda. Os 4,66% restantes referem-se a perdas e sementes, de acordo com a entidade.

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Para o presidente da Aprosoja-MS, André Dobashi, os resultados da pesquisa indicam que há desafios a serem superados para as próximas safras. Um deles é incentivar a industrialização para promover um maior processamento dos volumes produzidos dentro do próprio Estado.

“É o produtor agindo na produção e tentando verticalizar o processo, vendendo produtos mais acabados e agregando valor. Tudo isso no sistema cooperativista, onde cada um faz o que sabe fazer melhor: produtores incrementando a produção e as indústrias processando o produto para agregar valor”, diz, em nota.
Source: Rural

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