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Atualmente, os produtores estão experimentando uma enxurrada de inovações, muitas delas ligadas à chegada das tecnologias do agro 4.0, popularmente conhecida como agricultura digital, que irá integrar diversas soluções a fim de agregar inteligência e automação aos processos produtivos.

São tantos os caminhos possíveis para a digitalização de uma propriedade que os produtores têm ficado inseguros e, muitas vezes, acabam por não adotar ou retardar o seu ingresso nesse novo mundo tecnológico.

 

Aqueles que já vêm experimentando tecnologias como a agricultura de precisão (solução que permite medir e georreferenciar variabilidades de solo e que vem acompanhada de uma série de soluções tecnológicas embarcadas em máquinas) já estão mais familiarizados com este “novo mundo” e “surfam” com mais facilidade nessa nova onda tecnológica.

Mas como dar o primeiro passo? Como saber o momento certo de começar a digitalizar sua propriedade? Aí está o primeiro problema, pois não há momento certo, já que o processo de evolução tecnológica é constante e infinito. Porém, foi acelerado com a chegada da internet e agora multiplicada por 10 com a necessidade de isolamento social em função da pandemia, e isso não somente no agronegócio.

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O importante é participar desse movimento, e o ingresso pode ser por meio da aquisição de um equipamento mais moderno, de uma nova solução ou, até mesmo, pela adoção de um software/plataforma. Isso promoverá a chegada de novas visões, novos profissionais e novas necessidades na propriedade, principalmente ligadas à capacitação da equipe, trazendo novos desafios e patamares de eficiência e resultados.

Entretanto, alguns procedimentos são obrigatórios de fato. Os produtores vão precisar, por exemplo, de um e-mail da propriedade (chave eletrônica para qualquer plataforma de gestão agrícola), coletar registros digitais (dados) de sua propriedade, fazer apontamentos eletrônicos de manejos, produtividades e controle de animais, entre muitas outras variáveis possíveis de serem digitalizadas e ainda terão que reservar algum tempo para navegar em um computador ou smartphone, olhando os chamados dashboards (telas de resultados).

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Observa-se que a rápida adoção do processo de digitalização é a união de novas tecnologias com novos conhecimentos, aplicados a problemas antigos da agricultura. Sendo assim, os produtores rurais, muitos da geração baby boomer (nascidos entre 1945 – 1964) e X (que nasceu entre 1965 a 1979) precisarão contar com ajuda da nova leva de profissionais do agro.

Muitos deles jovens da geração Y (nascidos no período 1980 -1994) ou até Z (1995 até agora), que já nasceram brincando com computadores. Essa mistura de gerações é algo necessário para o desenvolvimento e adoção do agro 4.0 (Internet das Coisas, machine learning, Big Data, inteligência artificial, robótica e comunicação entre máquinas).

O produtor deve começar com ferramentas básicas, passando por tecnologias e conhecimentos intermediários, para só assim ingressar nas mais avançadas. Respeitar essa curva de aprendizagem e adoção é fundamental para evitar frustrações e "queima" de etapas de amadurecimento tecnológico das equipes operacionais

Alan Acosta

Um ponto importante a salientar é que esse movimento deve ser progressivo e constante. Ou seja, o produtor deve começar com ferramentas básicas, passando por tecnologias e conhecimentos intermediários, para só assim ingressar nas mais avançadas.

Respeitar essa curva de aprendizagem e adoção é fundamental para evitar frustrações e "queima" de etapas de amadurecimento tecnológico das equipes operacionais. Nessa jornada da transformação digital, contar com profissionais especializados em novas ferramentas e fazer um bom diagnóstico inicial é fundamental para o sucesso.

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Recentemente, foi lançado pelo Projeto Aquarius, grupo de trabalho coordenado pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que atua há 21 anos no desenvolvimento humano e na difusão de inovações para a agricultura, uma plataforma chamada IDT (Índice de Digitalização e Tecnologia), que mede o nível de digitalização dos produtores rurais de soja do Brasil.

No final do teste, a ferramenta aponta em qual status o produtor se encontra (básico, intermediário ou avançado), dando orientações técnicas do passo a passo da digitalização e até referências em relação a outros agricultores da mesma região. A plataforma é gratuita e é um bom começo para dar o primeiro passo ou entender os próximos passos da digitalização, em segurança, rumo a um futuro cada vez mais tecnológico no agronegócio.

*Alan Acosta é engenheiro agrônomo, doutor em Ciência do Solo, Coordenador do IDT (Índice de Digitalização e Tecnologia) e membro do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Agricultura de Precisão (AsBraAP).

As ideias e opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do seu autor e não representam, necessariamente, o posicionamento editorial da Revista Globo Rural.

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Source: Rural

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