Skip to main content

Destino de mais de 45% das exportações brasileiras de carne bovina em 2021, a China deve continuar apresentando uma demanda crescente nos próximos anos, avaliou o diretor-presidente da Marfrig, nesta quarta-feira (11/8), durante teleconferência com investidores e analistas de mercado para apresentar os resultados financeiros trimestrais da companhia. Segundo o executivo, o crescimento do mercado chinês tornou-se “estrutural” quando comparado a 2019, quando acreditava-se que o aumento das importações do país era algo conjuntural.

Marfrig avalia que participação maior da China no mercado internacional tende a dar sustentação aos preços da arroba bovina (Foto: Marfrig/Divulgação)

 

“As perspectivas são boas e a gente entende que esse crescimento de demanda da China e firmeza de preços é uma questão agora praticamente estrutural e não mais conjuntural e passageira”, avaliou Miguel Goularte, ao destacar que a forte participação do país no mercado ajuda a dar sustentação aos preços internacionais da arroba bovina. “Pra competir com um cliente que está demandando 70% a 60% das exportações da maioria dos países, os outros países têm que praticar preços alinhados. Então as perspectivas são muito boas”, apontou o executivo.

saiba mais

Marfrig vê lucro líquido superar R$ 1,7 bi no 2º tri com operação nos EUA

 

No último trimestre, as exportações representaram 58% da receita da operação da companhia na América do Sul, sendo que cerca de 61% do total das receitas foram oriundas de vendas para China e Hong Kong. “O que estamos vendo na China é uma situação bastante interessante. Estamos vendo o mercado praticando hoje preços que nós vimos no auge da demanda chinesa frente a uma baixa oferta de proteína suína, num cenário mito semelhante a dezembro de 2019 e inclusive superando”, ressaltou o diretor-presidente da Marfrig, ao pontuar que houve uma “equalização” na relação comercial do setor com o mercado chinês.

“No início, quando a demanda e os preços foram muito fortes na China, ainda em 2019, houve um alongamento muito grande das carteiras de venda e isso desencaixava, em determinados momentos, o preço de compra com o preço de venda, ocasionando alguns cancelamentos quando o ajuste dos preços não estava alinhado. Isso ficou pra trás. Posso dizer que Brasil e China estabeleceram compra em preço e em volume equalizado e que a gente não tem visto mais esse aspecto de cancelamento de contratos”, relatou o executivo.

saiba mais

Brasil perde oportunidades em carnes sem novas habilitações pela China, diz BRF

 

Ainda de acordo com Goularte, a única “pendência” para os próximos meses será o desenrolar da crise logística internacional, que tem ocasionado falta de contêineres refrigerados e dificuldade de encontrar escalas em navios para o embarque dos produtos vendidos. “Ficando isso pra trás, nós teríamos um semestre equilibrado”, avaliou.

Para o mercado interno brasileiro, as perspectivas da companhia é de que a oferta de animais nos próximos meses seja mais fluida, fato que, segundo Goularte, já se observa nesse início de terceiro trimestre. “Com o dólar performando acima de R$ 5, que é o que esperamos que continue acontecendo, vamos ver uma oferta mais abundante e quando a gente vai pro mercado internacional demandando a gente vai conseguir fazer uma operação de compra e venda equalizada e equilibrada”, completou o diretor-presidente da companhia.

saiba mais

Brasil faturou US$ 1 bilhão com exportações de carne bovina em julho

 
Source: Rural

Leave a Reply