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O conceito de pecuária 4.0 está ligado à tecnificação. Processos mais assertivos, novas tecnologias, inovação em todas as áreas, precisão. Como resultado, maior eficiência na genética, nutrição, sanidade e manejo, com consequente avanço da produtividade.

Há uma década, a idade média de abate dos bovinos de corte era de 48 meses. Atualmente, está na faixa dos 36 meses. Isso significa que a cada ano ganha-se um mês para o boi ficar pronto em peso e conformação de carcaça. Além disso, nunca se falou tanto em Boi 777, que traz a idade de abate para 24 meses.

 

Os ganhos de manejo representam importante parcela do aumento de eficiência na pecuária. Manejo é um termo genérico e está presente em vários setores da atividade e da propriedade rural. Ele está na gestão, no cuidado com os animais, nas pessoas e nas instalações. E está também nas cercas.

Eis aí um item da fazenda pecuária que tem cumprido, e muito bem, o seu papel de ajudar no desenvolvimento da atividade. Mesmo sem estar nos holofotes das grandes transformações, a tecnificação avança forte no território das cercas e arames.

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Para começar, o papel das cercas mudou. Na verdade, foi ampliado. Se no passado, eram utilizadas exclusivamente para divisão de áreas, ganharam relevância em termos de segurança e consequente apoio à produtividade das propriedades rurais.

O arame farpado, ainda bastante utilizado no país, recebeu a contribuição da concertina, agregando segurança e durabilidade. O arame liso passou a rivalizar com o farpado e também ganha relevância em áreas produtivas menores e específicas.

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As cercas prontas já são muito utilizadas no exterior, como nos Estados Unidos, e aos poucos prova sua viabilidade no Brasil, especialmente em delimitações com vias urbanas e controle de população de animais silvestres.

Uma recente evolução que ainda busca o seu espaço, mas tem grande potencial de contribuição para o manejo das fazendas é a máquina de cercas, que inclui os conceitos de modernidade e funcionalidade ao negócio. A limitação de mão obra no campo impede o agronegócio brasileiro voar ainda mais.

As cercas têm papel relevante em diversas áreas das propriedades rurais. Mas ainda há muito a inovar. Os próximos desafios estão ligados às cercas virtuais, a partir do monitoramento nos animais

Guilherme Vianna

Com isso, é difícil encontrar um cerqueiro profissional. O sistema de construção de cercas automatizadas vem ocupar este espaço, com a entrega de 30 km de cercas por mês, serviço que demanda 15 duplas de cerqueiros.

Destaque para a possibilidade de desmonte das cercas e reinstalação em outro local. Essa facilidade é especialmente vantajosa para fazendas que praticam a Integração Lavoura-Pecuária (ILP) ou a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), técnicas já presentes em 17 milhões de hectares produtivos no país. Assim, ao final de cada ciclo de utilização da área, é perfeitamente possível retirar os postes e o arame e remontar a cerca em outra área da propriedade. Sem perdas.

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A constante busca pela produtividade na pecuária e, por extensão, no agronegócio, exige planejamento estratégico, conhecimento técnico, investimentos assertivos, além de insumos de qualidade.

As cercas têm papel relevante em diversas áreas das propriedades rurais. Seu avanço tecnológico, mesmo silencioso, contribui decisivamente para facilitar e agilizar os processos. Mas ainda há muito a inovar. Os próximos desafios estão ligados às cercas virtuais, a partir do monitoramento nos animais. Estamos atentos a essa nova revolução.

*Guilherme Vianna é gerente de negócios da Belgo Bekaert Aram.

As ideias e opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do seu autor e não representam, necessariamente, o posicionamento editorial da Revista Globo Rural.
Source: Rural

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