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A Phibro Saúde Animal lançou nesta sexta (30/7) o Desafio da Pecuária Responsável que vai premiar com R$ 15 mil a melhor proposta apresentada para implementação de bem-estar animal nas fazendas de gado de corte. O desafio é voltado para a cadeia produtiva, incluindo pessoas físicas. As inscrições devem ser feitas pelo site e se encerram em 15 de outubro. O resultado final sai em junho de 2022.

Desafio de bem-estar animal terá premiação de R$ 15 mil (Foto: Divulgação)

 

“Acreditamos que as pessoas são agentes de transformação essenciais para avançar no tema. Por isso, nesse desafio, a proposta é incentivar a cadeia a melhorar continuamente o bem-estar e o conforto dos animais, de forma alinhada aos preceitos da sustentabilidade”, disse, em coletiva, Ivan Fernandes, diretor de marketing e serviços da Phibro para a América do Sul. Segundo ele, os participantes devem apresentar projetos executáveis e aplicáveis que sigam os critérios do bem-estar animal que envolvem nutrição, saúde, ambiente e conforto, comportamento e saúde mental.

Um comitê formado com entidades apoiadoras e especialistas, sob a curadoria da Be Animal, uma consultoria de estratégias para a implantação de boas práticas de bem-estar animal liderada pelo especialista Mateus Paranhos da Costa, vai acompanhar as dez melhores propostas, selecionar três até abril e indicar o vencedor em junho.

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Professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Costa disse que a sustentabilidade das cadeias produtivas depende 100% da adoção das boas práticas. “Esse desafio traz dois pontos importantes: agrupa vários players da cadeia para definir uma estratégia comum e dá oportunidade para pessoas que não têm voz exporem suas ideias.”

O professor reforça que a melhoria do bem-estar animal garante mais bem-estar também para os trabalhadores que lidam com os animais, torna o sistema mais eficiente, com redução de perdas e maior ganho econômico. Ele diz que ainda há resistências culturais que precisam ser eliminadas, como, por exemplo, a noção retrógrada de que boi é bicho de couro grosso.

Frio

Uma das dicas do especialista em bem-estar animal pode ser aplicada já nas regiões impactadas pelas baixas temperaturas desta semana. Ele diz que há animais das raças zebuínas no Paraná e Centro-Oeste morrendo de frio nessa época por falta de cuidados. “Até em Tangará da Serra, no Mato Grosso, há casos de mortes de bois por frio. O básico é não deixar o animal exposto à face do vento, instalando quebra-ventos, por exemplo.”

Outra dica o professor aprendeu com transportadores de gado: manter os animais em movimento mesmo à noite. Ele lembra ainda que, mesmo na região Sul, onde os animais são de raças europeias, mais adaptadas ao frio, é preciso ter cuidados extras nas noites de baixas temperaturas.

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Questionado sobre percentuais de adoção do bem-estar animal no país, o professor disse que esse levantamento não existe, mas sua experiência aponta que ainda é bem baixo. “Mas, muita gente está no processo de implementação das boas práticas, que é um caminho sem volta. O desafio é manter o que foi feito e estar aberto a inovações.”

Para Antonio Jorge Camardelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes Industrializadas (Abiec), o Brasil é o maior exportador de carne justamente porque respeita os princípios do bem-estar animal demandados pelos importadores. “As boas práticas baseadas nos três pilares de bem-estar animal, sanidade e sustentabilidade garantem que o país mantenha mercado e também conquiste novos compradores”, disse, acrescentando que o Brasil abriu recentemente o mercado da Indonésia porque cumpriu preceitos que não eram atendidos pelos antigos fornecedores.

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Mauricio Palma Nogueira, sócio-diretor da consultoria Athenagro, disse que o pecuarista precisa ser lembrado que investimento em sustentabilidade garante um retorno bem maior lá na frente. Segundo ele, quem não investe em tecnologia e tem medo da modernização vai ser eliminado do mercado. “Ainda há muitos produtores que não conseguimos atingir. Tem gente, por exemplo, que ainda acha que a solução para combater plantas invasoras é botar fogo. Temos que melhorar nosso plano de comunicação e passar as informações corretas para cada produtor, numa linguagem que ele entenda.”

Para o presidente da Phibro, Mauricio Graziani, a comunicação é o ponto fundamental para a adoção maciça das boas práticas. “Precisamos comunicar melhor o que fazemos de bom na pecuária de corte porque o que geralmente ecoa são apenas os exemplos negativos.”
Source: Rural

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