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A ministra da Agricultura defendeu, nesta quarta-feira (28/7), em Roma, capital da Itália, que as particularidades das diferentes regiões do mundo devem ser levadas em conta na discussão sobre sistemas alimentares. Ela se reuniu com o diretor geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Qu Dongyu.

Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e diretor geral da FAO, Qu Dongyu (Foto: Reprodução/Twitter)

 

Em postagens em seu perfil no Twitter, a ministra informou ter apresentado ao diretor da FAO o documento elaborado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), em conjunto com o Conselho Agropecuário do Sul (CAS) sobre a visão das Américas para os sistemas alimentares. “É preciso considerar as particularidades das diferentes regiões do mundo nesse debate”, postou a ministra.

Tereza Cristina disse ainda ter destacado para o diretor da FAO o papel da agricultura brasileira para a segurança alimentar global. “O Brasil reafirma a necessidade de respeito à diversidade de sistemas alimentares”, postou a ministra, no Twitter.

O encontro da ministra da Agricultura do Brasil com Qu Dongyu foi realizado em meio à pré-conferência das Nações Unidas para Sistemas Alimentares, encerrado nesta quarta-feira (28/7).

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Na terça-feira (27/7), a ministra também defendeu que as perspectivas dos países das Américas devem ser consideradas nessa discussão. Na visão de Tereza Cristina, é necessário reconhecer a diversidade dos sistemas produtivos e os caminhos para torna-los mais sustentáveis. Ela fez seu discurso na Embaixada do Brasil em Roma, capital italiana.

“É fundamental que sejam considerados as circunstâncias locais e realidades culturais para as diretrizes da Cúpula dos Sistemas Alimentares. Não há como falar em pecuária sem levar em conta as visões dos maiores produtores desse alimento essencial para a segurança alimentar e nutricional de milhões de consumidores em todo o mundo? Como falar em proteger a natureza ignorando os maiores detentores de biodiversidade? Não existe um único caminho a ser trilhado, indistintamente”, disse, de acordo com o divulgado pelo Ministério da Agricultura.

Ministra Tereza Cristina, em seu pronuncismento na pré-cúpula da ONU (Foto: Mapa)

 

Também na terça-feira (27/7), o diretor da FAO defendeu o aumento dos investimentos na produção rural e de ações para combater a fome e a pobreza. “Deixem-me repetir minha mensagem novamente: precisamos redirecionar nossas energias e investimentos para áreas rurais. Investir no setor agrícola é a solução para erradicar a fome”, disse ele.

A mensagem de Qu Dongyu foi feita levando em conta um aumento da fome no ano passado em escala global, em grande parte relacionada ao avanço da pandemia de Covid-19. De acordo com relatório da FAO, a fome chegou a 811 milhões de pessoas no ano passado, 161 milhões a mais que em 2019.

“A pandemia também causou um declínio na renda na fazenda e fora dela, e afetou negativamente a renda das famílias rurais em todas as regiões em desenvolvimento. Oito por cento das pessoas mais pobres do mundo, ou 600 milhões de pessoas – mais que toda a população da Europa – vivem em áreas rurais, trabalhando no setor agrícola, e ainda vão para a cama com fome”, destaca o informe da FAO.

Violação de direitos humanos

No início da semana, o Papa Francisco também defendeu mais apoio à produção agrícola em pronunciamento feito para a pré-cúpula sobre sistemas alimentares. Em mensagem lida pelo secretário de Relações Internacionais do Vaticano, dom Paul Richard Gallagher, o chefe da Igreja Católica disse que vencer a fome, a desnutrição e a insegurança alimentar é um dos principais desafios atuais.

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“Produzimos comida suficiente para todas as pessoas, mas muitas ficam sem o pão de cada dia. Isso ‘constitui um verdadeiro escândalo’, um crime que viola direitos humanos básicos. Portanto, é um dever de todos extirpar esta injustiça através de ações concretas e boas práticas, e através de políticas locais e internacionais ousadas”, disse Francisco, de acordo com o divulgado pelo site Vatican News.
Source: Rural

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