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Na safra 2019/2020, produtores de soja plantaram 107,7 mil hectares em desacordo com as regras da Moratória da Soja, acordo para impedir a comercialização do grão de áreas abertas na Amazônia depois do dia 22 de julho de 2008. O número é 22% maior que o da safra anterior, de 88,2 mil hectares, de acordo com relatório divulgado nesta semana pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). 

Colheitadeira em plantação de soja mato-grossense (Foto: REUTERS/Agustin Marcarian)

 

O relatório referente à safra 2019/2020 foi divulgado nesta semana pela entidade. O levantamento, feito em conjunto com a Agrosatélite e referenciada nos dados do programa Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe), foi baseado em 102 municípios que respondem, segundo a Abiove. 

Conforme a associação, esses municípios correspondem a 98% da área de soja plantada no bioma amazônico, o que equivale a 5,29 milhões dos 5,41 milhões de hectares de lavouras da oleaginosa na região. A maior abertura de área fora das regras da Moratória da Soja foi registrada em Mato Grosso, com 84,6 mil hectares. Depois, aparecem Pará (14,1 mil), e Maranhão (4,6 mil hectares). 

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Em Rondônia, o desmatamento foi de 4,1 mil hectares; no Amapá, 56 hectares; e em Roraima, de oito hectares. Tocantins foi o único estado que faz parte da análise em que não foram registradas aberturas de novas áreas em conflito com as regras da Moratória. (veja gráfico abaixo)

Com base nesses números, a Abiove conclui que 95,9% do desmatamento ocorrido nos 102 municípios analisados não estão associados à conversão de florestas para a produção de soja.

“Atualmente, 98% da área cultivada com soja no bioma está sobre estas áreas, o que revela a eficácia dessa iniciativa no sentido de conciliar o desenvolvimento da produção de alimentos com a sustentabilidade ambiental”, diz o presidente executivo da Abiove, André Nassar, em nota divulgada pela entidade.

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O número atual é um pouco menor que dado anterior apresentado anteriormente pela própria Abiove. Em dezembro, a entidade divulgou ter registrado 108,4 mil hectares de lavouras de soja em desacordo com a Moratória na temporada 2019/2020, alta de 23% em comparação com a anterior. 

Apesar do aumento de um ano para outro, a entidade que representa as indústrias de soja no Brasil considera os resultados positivos. Em sua visão, a Moratória da Soja não coibiu a expansão da soja na Amazônia, mas favoreceu o desenvolvimento da cultura sem que fosse necessária a conversão de floresta primária em lavoura. 

“A Moratória da Soja não impede a ocorrência de novos desflorestamentos, mas bloqueia a produção de soja nas mesmas. Isso desincentiva a conversão de novas áreas para soja e incentiva a intensificação do uso da terra mediante a expansão da soja sobre áreas abertas antes da Moratória”, afirma Nassar.

(Foto: Reprodução/Abiove)

 
Source: Rural

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