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Uma nova espécie de sapinho pingo-de-ouro foi descoberta no Parque das Neblinas, na região da Serra do Mar de São Paulo.

O Brachycephalus ibitinga, ou sapinho da neblina, costuma medir entre 1,1 e 1,7 cm e chama atenção por sua coloração alaranjada e pela hiperossificação dérmica: uma estrutura que envolve parte da cabeça e do corpo do animal, e que brilha sob luz ultravioleta.

O sapinho da neblina costuma medir entre 1,1 e 1.7cm e brilha sob luz ultravioleta (Foto: Thais Condez)

 

A identificação foi realizada pela bióloga Thais Condez, em parceria com outros pesquisadores, a partir de pesquisa realizada durante seu doutorado e pós-doutorado desenvolvidos na UNESP/Rio Claro.

O sapinho foi nomeado em homenagem às áreas em que ocorre: “ibitinga” é uma palavra derivada do tupi-guarani e significa “terra branca”, como era conhecida a neblina característica das florestas de terras altas na Mata Atlântica.

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O sapo recém-descoberto junta-se a outras 37 espécies já registradas deste gênero, um grupo exclusivo da Mata Atlântica. Para determinar sua identificação como nova espécie para a ciência, a pesquisa analisou genes, anatomia, história natural e o canto dos anfíbios encontrados.

Devido às características de sua reprodução, ele não passa pela fase de girino e seus ovos são depositados diretamente no solo úmido das florestas. Então, é necessário que o ambiente esteja bem conservado para ser seu habitat e garantir a sobrevivência desta e de outras espécies de anfíbios na região.

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“A descoberta reforça a importância de Unidades de Conservação, inclusive em áreas próximas a centros urbanos. O B. ibitinga foi identificado em uma das regiões mais populosas da América Latina, e isso evidencia o papel que, não só o Parque das Neblinas, mas também outras reservas públicas e privadas desempenham para conservação da biodiversidade, que é hoje tão ameaçada pela fragmentação de habitats”, diz Paulo Groke, diretor superintendente do Instituto Ecofuturo.

Os sapos do gênero Brachycephalus se alimentam geralmente de ácaros e formigas, e algumas espécies apresentam potentes toxinas na pele. Os indivíduos da espécie costumam viver em entroncamentos de raízes de árvores, troncos caídos ou qualquer outro abrigo no solo, onde os machos cantam para atrair as fêmeas, principalmente na época de chuvas.

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Thais Condez acredita que o Brasil tem potencial para muitas outras descobertas científicas. “Além de podermos avaliar o status de conservação das espécies e dos ambientes em que estão inseridas, é possível seguir com estudos em diversas frentes, visando o conhecimento das ameaças às quais as populações estão expostas, aspectos de seu comportamento, detalhes sobre as toxinas e, até mesmo, sobre como essas substâncias químicas poderiam ser aplicadas no desenvolvimento de novos medicamentos, por exemplo”, conclui.
Source: Rural

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