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Nos últimos 30 anos, o agronegócio brasileiro deu um salto exponencial em termos de produtividade, competitividade, eficiência, rentabilidade, qualidade e quantidade, graças à adoção e disseminação de práticas e técnicas inovadoras em toda cadeia produtiva, baseadas em pesquisa, desenvolvimento e ciência.

Como resultado, anualmente, espera-se recordes de safras e exportações, abertura de novos mercados e uma participação crescente no Produto Interno Bruto (PIB).

No mesmo período, a conscientização sobre a importância de realizar ações para diminuir os impactos ambientais das atividades humanas também ganhou mais efetividade, com discursos, atividades e iniciativas mais frequentes e vigorosas realizadas por organizações da sociedade civil, empresas e pessoas.

 

No Brasil, durante as últimas três décadas, houve o maior número de reservas indígenas demarcadas com cerca de 50% da Amazônia destinada para fins de preservação, e uma quantidade expressiva de parques estaduais e federais criados.

Por outro lado, em meio século, foi registrada a perda de 70 milhões de hectares na Amazônia. Para se ter uma ideia da representatividade desse valor, o país possui 65 milhões de hectares dedicados à agricultura.

Ou seja, o desmatamento na região é maior do que toda a área agrícola brasileira. Além disso, há nove anos, o desmatamento sobe continuadamente, um processo de criminalidade avançado, devido ao aumento da grilagem e das atividades ilegais.

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São fatos que alarmam, porém que demostram a necessidade de uma atuação ainda mais incisiva por parte do governo, iniciativa privada e sociedade, que juntos podem equacionar essa situação. Isso porque o grau de desenvolvimento de uma nação está relacionado ao nível de maturidade da relação desses três entes.

Por isso, é importante superar a atual fase de dicotomia, uma situação normal em estados democráticos, buscando o consentimento tripartite, a fim de alcançar um país equilibrado no tripé da sustentabilidade.

Sem governança, não há como evoluir socialmente, aumentar a preservação ambiental e ter uma sociedade sadia. É a partir dela que se implanta o compliance, que nada mais é do que seguir a lei

Marcello Brito

Um fator relevante para chegar a este objetivo está na sigla ESG, em especial na governança. Sem o “G” não há como evoluir socialmente, aumentar a preservação ambiental e ter uma sociedade sadia, uma vez que é a partir da governança que se implanta o compliance, que nada mais é do que seguir a lei. E, o Brasil, possui um arcabouço legal fantástico, que caso seja respeitado e cumprido, resultaria em oportunidades em todos os setores.

No caso do agronegócio, o setor tem implantando procedimentos de governança e formas de manejo sustentáveis, como a integração lavoura-pecuária-floresta e a agricultura de baixo carbono, o que ressalta suas condições de liderar a agenda ambiental mundial, contribuindo para a segurança alimentar e para a geração de energia renovável do planeta.

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Assim, a maior oportunidade para o país é aprimorar sua grande vocação, ou seja, apostar suas fichas na característica de ser o maior espelho da fotossíntese do planeta, ao produzir alimentos, fibras, biocombustíveis e bioenergia e ser a nação mais rica em termos de carbono.

Ao implantar uma economia de baixo carbono, ampliando os mecanismos de valorização econômica desse elemento e dos serviços ecossistêmicos, o Brasil enaltecerá a importância dos seus biomas, ao mesmo tempo em que preserva esses sistemas naturais para as próximas gerações. É a união perfeita do potencial econômico nacional com a sigla ESG.

*Marcello Brito é presidente do conselho diretor da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG)

As ideias e opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do seu autor e não representam, necessariamente, o posicionamento editorial da Revista Globo Rural.

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Source: Rural

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