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O Anuário da Cachaça 2021 identificou 1.131 produtores registrados de aguardente e cachaça no ano passado, um aumento de 4,14% na comparação com os 1.086 de 2019. O anuário foi lançado na segunda-feira (5/7) pela Coordenação-Geral de Vinhos e Bebidas do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal, da Secretaria de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Apesar do aumento, o número ainda é inferior ao registrado em 2018, primeiro ano da publicação do anuário, que teve 1.318 produtores. Os produtores de aguardente caíram 3,5% em 2020, mas a retração foi compensada pelo incremento de 6,8% dos produtores de cachaça. Somados os dois produtos, há 5.523 marcas no mercado.

Número de produtores de cachaça aumentou 4,14% na comparação de 2020 com 2019 (Foto: Divulgação/ Teaser Filme Brasil)

 

Embora as duas bebidas sejam tratadas no mesmo segmento, há uma diferença. Toda cachaça é uma aguardente, mas nem toda aguardente é cachaça. A cachaça é um destilado 100% nacional obtido exclusivamente da cana-de-açúcar. Já aguardente é o nome de qualquer bebida obtida a partir da fermentação de vegetais doces.

Falando apenas nas cachaças, o Estado de Minas Gerais, com 397 estabelecimentos produtores e 1.908 marcas, permanece absoluto na liderança das marcas, com mais que o triplo do segundo colocado, São Paulo, que tem 128 produtores e 705 marcas. A cidade mineira de Salinas, com 66 marcas, é a líder. O top five dos Estados é completado por Espírito Santo (128), Rio de Janeiro (64) e Santa Catarina (47). A fabricação da cachaça ocorre praticamente em todo o país, com exceção dos Estados de Amapá e Roraima. Falando em regiões, o Sudeste continua liderando a produção de cachaça, com 68,7% do total, seguido pelo Nordeste com 14,5%.

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No caso das aguardentes, a liderança também é mineira, com 75 produtores, seguida por São Paulo (69), Santa Catarina (45), Espírito Santo (30) e Rio Grande do Sul (23).

Um detalhe curioso do anuário é a relação entre a quantidade de produtores de aguardente e a população. Pinheiro Preto, em Santa Catarina, é o destaque, com um produtor de cachaça para cada 450 habitantes. O segundo colocado no ranking é o município mineiro de Senador José Bento, com um produtor para 1.461 pessoas.

Informalidade alta

Segundo nota do Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), criado em 2006, apesar dos aumentos identificados pelo anuário, a informalidade no setor permanece alta, já que 89% dos produtores não estão cadastrados no Mapa. O índice foi obtido na comparação com os produtores identificados pelo Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2017.

Para Carlos Lima, diretor executivo do Ibrac, vários fatores explicam a alta informalidade como a falta de uma fiscalização efetiva, questões culturais, desconhecimento da legislação e, principalmente, um ambiente tributário desequilibrado, mesmo com a possibilidade de algumas empresas terem a opção de adesão ao Simples Nacional.

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Segundo o dirigente, o Anuário da Cachaça é uma importante entrega para o setor, pois possibilita que o setor se conheça e o Brasil conheça um pouco mais do seu “destilado verde e amarelo”. Ele acrescenta, no entanto, que em função da crise causada pela pandemia, do fechamento de bares e restaurantes, o mercado de cachaça em 2020 caiu 23% em volume.

“O crescimento de produtores registrados apontado pelo Anuário 2021, apesar de pequeno, traz um pouco de alento para o setor e uma dose de otimismo. Agora, esperamos poder contar com o apoio do governo federal e do Congresso,  para que o setor não seja prejudicado na reforma tributária, com o aumento da carga tributária, e que tenhamos uma reforma ampla e que corrija as assimetrias existentes no setor de bebidas alcoólicas,”

Atualmente, segundo o Ibrac, o segmento da cachaça é responsável pela geração de mais de 600 mil empregos diretos e indiretos.
Source: Rural

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