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Pelo menos 500 milhões de toneladas de carbono equivalente (tCO2eq) são passíveis de monetização pelo agronegócio brasileiro, o que pode ser convertido a, pelo menos, US$ 5 bilhões. Este é o potencial do mercado de carbono no país, destacou Eduardo Bastos, diretor de sustentabilidade da Bayer, durante live da Globo Rural, nesta sexta-feira (2/7).

O montante se refere apenas à área de agropecuária, sem considerar a floresta, que abriga mais 5 bilhões de toneladas. “São 40 milhões de hectares de grãos, então 40 milhões de toneladas [CO2eq]. Depois tem cana, pastagem, eucalipto. Com essas quatro culturas, a gente teria facilmente uns 500 milhões de toneladas, sendo pecuária de longe com maior potencial”, afirmou Bastos.

Live apresentada pela Globo Rural falou sobre potencial do mercado de carbono. Na foto: Cassiano Ribeiro, Marcello Brito, Celso Moretti e Eduardo Bastos (Foto: Reprodução/Youtube)

 

De acordo com ele, o volume negociado no novo mercado pode ser ainda maior à medida que haja mais robustez e conhecimento pelo próprio produtor.

Atualmente, a média considerada para pagamento é de US$ 10 por tonelada, inclusive com base no valor acordado pela Coalizão Leaf, assinada pelos governos estadunidense, britânico e norueguês. No entanto, o executivo da Bayer citou que Canadá e países europeus têm trabalhado com pagamentos de CAD 40 e € 40, respectivamente.

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Apesar da aptidão brasileira para este mercado, Marcello Brito, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), ressalta que é preciso haver organização na hora de regulamentar o carbono como ferramenta. Para isso, a legislação brasileira deve ser cumprida à risca, segundo ele.

Mercado de carbono com mercado de desmatamento iegal não existe

Marcello Brito, presidente da Abag

“O mercado de carbono não é um mercado aleatório, sem links, ele está dentro de uma estrutura de sustentabilidade. Mercado de carbono com mercado de desmatamento iegal não existe”, disse durante a transmissão virtual.

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Monetizar o carbono é o grande assunto previsto para a Conferência do Clima (COP26-26), que deve acontecer em Glasgow, em setembro. Neste contexto, Brito diz que o Brasil precisa ter formas de comprovar o resgate do carbono e ter transparência perante ao mundo. ]

“Não adianta sair de Glasgow com acordo mundial muito bem firmado se não conseguirmos fazer a regulação adequada e nossas obrigações no sistema agroambiental”, observou.

Como exemplo, citou a ferramenta HCSA (High Carbon Stock Approach, em inglês), que mede a quantidade de carbono acima do solo, como vegetação. Por meio desta classificação, utilizada em países da África e Ásia, é determinado qual área pode ser desmatada.

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“Determina onde e como você pode desmatar, exatamente para não impedir a expansão agrícola”, explicou. E completou: “Nossa tarefa de casa começa no cumprimento da lei, do Código Florestal, nas áreas de preservação permanente e reserva legal.”

Outro importante pilar do mercado de carbono é o papel da pesquisa para entender qual a melhor forma de fixá-lo ao solo e também medir, verificar e reportar os resultados.

Neste sentido, Celso Moretti, presidente da Embrapa e também convidado da live de Globo Rural, afirmou que as pesquisas em agricultura e pecuária de baixo carbono seguem firmes. Prova disso, segundo ele, é que cerca de 45 pesquisadores da empresa trabalham em conjunto com a Bayer para pensar este movimento de descarbonização.

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“O mundo todo vai ser afetado pela descarbonização e, felizmente, nós estamos preparando o Brasil nas últimas décadas para responder a essa demanda”, ressaltou.

Um dos pontos que precisa ser melhor desenvolvido é como este conhecimento da Embrapa chega até os produtores, uma vez que, de acordo com Moretti, a cadeia de transferência está defasada.

“Temos um sistema que está prejudicado no Brasil, então precisamos contar com parceiros privados, as secretarias de agricultura estaduais, o próprio Senar. Entendo que é uma rede, composta pela parte pública e privada, que vai levar as informações até a ponta”, observou.

 

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Assista à íntegra da live

Source: Rural

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