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Entre 2007 e 2019, a exploração do ipê mais que duplicou na Amazônia, apresentando alta de 117%. O cenário mostra que a madeira é vista como forma de abrir áreas ilegais no bioma e ainda lucrar com a prática. É isso o que aponta o novo estudo do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), lançado nesta quinta-feira (1/7). 

O volume extraído passou de cerca de 230 mil metros cúbicos para quase 500 mil metros cúbicos, sendo que cerca de 80% da produção de madeira em tora da árvore em 2019 se concentrou no arco do desmatamento. O Imaflora mapeou 20 polos de produção, com destaque para Colniza (MT), Juruti (PA), Santarém (PA), Aripuanã (MT) e Prainha (PA).

Floresta com ipês (Foto: Reprodução/TV Globo)

 

Não por acaso, Pará e Mato Grosso registraram os maiores índices de desmatamento em 2019, de acordo com o sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). As perdas de vegetação foram de 4.172 km² e 1.702 km² nos Estados, respectivamente.

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O Imaflora aponta que a unidade da tora tem chegado a preços finais de US$ 3 mil por metro cúbico. Com isso, "existem fortes incentivos para que a espécie continue a ser um catalisador da exploração ilegal em áreas protegidas e em florestas não destinadas", aponta o estudo.

Uso comercial

À medida que a exploração avança, o ipê fica cada vez mais ameaçado, pois o uso comercial intenso pode remover grande parte da população local. 

"Somado ao fato de ter uma taxa de crescimento relativamente lenta, a literatura conclui que medidas especiais de manejo e conservação podem ser necessárias para a manutenção de populações de ipê nas florestas de produção no longo prazo", indica outro trecho do documento.

Além do acréscimo de 117% em pouco mais de uma década, o ipê se mantém na lista das 10 espécies de madeira mais exploradas na Amazônia para venda na mesma época. 

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Produção de madeira em tora das principais espécies exploradas na Amazônia brasileira entre 2007-2019 (Foto: Reprodução/Imaflora)

 

 

 

 

 

 

O estudo do Imaflora ainda indica que há evidências que o atual padrão de exploração, concentrado em poucas espécies valiosas, tende a levar outras espécies à mesma situação. 

Para aumentar o nível de conservação do ipê e das demais espécies sensíveis nas florestas de produção, o órgão indica duas medidas prioritárias. A primeira é o melhor controle sobre o licenciamento, comércio, transporte e monitoramento do ipê nos planos de manejo e demais elos da cadeia produtiva. A segunda é maior cuidado com a espécie nas florestas de produção, visando a manutenção dos estoques comerciais no longo prazo.

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Conforme o estudo, desde 2014, três espécies do gênero são reconhecidas como ameaçadas de extinção, e precisando de medidas especiais para o manejo desde 2015.

"Também há um movimento que já conta com alguns anos destinado a incluir o ipê no Apêndice 2 da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção (Cites), o que certamente implicaria em diretrizes mais restritivas para o manejo dessas espécies", ainda indica o documento.

 

 
Source: Rural

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