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Com quedas de produtividade em quase todos os Estados produtores devido ao clima seco, a segunda safra de milho brasileira deve ter uma queda de 14,9%, fechando com 65,3 milhões de toneladas ante as 76,7 milhões da safra 2019/20.

A área plantada é de 14,7 milhões de hectares, um aumento de 9,3%, e a produtividade terá uma queda de 22%, fechando em 74 sacas por hectare. Essa é a estimativa da Agroconsult, baseada nas viagens do Rally da Safra pelas principais regiões produtoras do grão, de abril a junho. O resultado foi apresentado nesta quinta-feira (24/6).

Colheita de milho (Foto: Ernesto de Souza/ Ed. Globo)

 

“Nossa estimativa ainda tem um viés de baixa, já que há uma ameaça de geada na próxima semana, que pode derrubar ainda mais a produtividade no Paraná, Mato Grosso do Sul e até São Paulo”, diz o sócio-diretor, André Pessôa.

Na primeira projeção, em janeiro, a consultoria apontava safra de 84 milhões de toneladas, superior à anterior devido ao aumento de área. A quebra se explica, segundo Pessôa, pelo plantio tardio da maior parte das lavouras, a polinização baixa, já que faltou chuva no momento crítico de desenvolvimento, e a alta incidência de pragas, especialmente cigarrinhas e pulgões.

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“O resultado é muito ruim. Os bons preços do milho estimularam a expansão da área e os investimentos, mesmo com a janela de plantio atrasada. Em uma parte significativa das lavouras, a previsão é de uma produtividade abaixo de 10 sacas por hectare”, afirma Pessôa.

Goiás, com 67,8 sacas por hectare e 7 milhões de toneladas, e Mato Grosso do Sul, com 54,5 sacas/ha e uma produção de 6,9 milhões de toneladas, devem registrar as piores quedas de produtividade entre os quatro maiores produtores, com 35% a menos do que na safra anterior.

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Em Mato Grosso, o maior produtor, a produção é projetada em 33,5 milhões de toneladas, com uma quebra na produtividade de 14%, ou 94,5 sacas/ha ante as 109,3 da safra anterior. Embora o resultado seja ruim, está bem longe da pior safra do Estado, registrada em 2015/16, com 66,7 sacas.

Para o Paraná, que teve o pior calendário de plantio de sua história e estiagem de até 60 dias, a previsão é de uma produção de 8,5 milhões de toneladas, com produtividade de 58 sacas/ha, ante as 84,5 do ano passado, uma queda de 31%.

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O único Estado que deve ter aumento de produtividade, segundo a Agroconsult, é Rondônia, com 85,7 sacas/ha, uma alta de 6%. Para Minas Gerais, a estimativa é de 56,5 sacas/ha, ou 41% a menos, São Paulo, 60 sacas/ha (-18%) e a região do Matopiba, 80,4 sacas (-7%). 

Apesar das quebras, o coordenador do Rally da Safra, André Debastiani, pondera que, devido à alta no preço do milho mesmo com comercialização antecipada, poucos produtores estão com prejuízos na safrinha. “Sessenta ou 70 sacas por hectare garantem uma margem positiva.”

Segundo ele, o produtor que apostou no plantio do sorgo devido ao atraso na janela de plantio do milho, especialmente no Mato Grosso e Goiás, deve colher bons resultados, já que o preço do cereal, muito procurado por confinamentos, está bem próximo do milho.

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Exportação e fertilizantes

A queda na produção deve resultar em uma queda também nas exportações. A previsão da Agroconsult é que o país exporte 24,2 milhões de toneladas de milho de fevereiro de 2021 a janeiro de 2022, ante as 35 milhões de toneladas do período anterior. Já a importação deve passar de 1,5 milhão de toneladas para 3 milhões.

Newton Carvalho, diretor da multinacional russa Fhosagro, uma das patrocinadoras do Rally da Safra, afirmou que o mercado de fertilizantes vai permanecer aquecido no segundo semestre e bater o recorde de 41 milhões de toneladas do ano passado, chegando próximo de 43 milhões de toneladas. “O desafio será a logística para a entrega dos fertilizantes”, diz.

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Source: Rural

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