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Além das consequências sobre o modal hidroviário, abordadas na última coluna, a crise hídrica pode segurar o crescimento do agronegócio, que vem sustentando o produto interno bruto (PIB) brasileiro nos últimos anos. Em 2020, a recessão econômica poderia ser pior do que os 4,1% registrados pelo IBGE se não fossem os resultados expressivos da agricultura e da pecuária, que passaram a representar 26% do PIB do Brasil, ante 20% em 2019.

A estabilização da atividade econômica do setor, destacada na capa do jornal Valor Econômico de terça-feira (22/6), não é necessariamente ruim, mas o setor seria mais produtivo, caso não houvesse a seca que o Brasil sofreu nesse último ano. Antes de rever suas expectativas, a consultoria MB Agro projetava para 2021 alta de 2,5% a 3% no PIB do campo.

 

Esse cenário tem reflexos não apenas na vida de quem mora na zona rural, mas no cotidiano de todos os brasileiros. Entre as culturas mais afetadas pela seca, estão a cana, por consequência, o açúcar e o etanol. 

Milho, feijão, café e laranja também foram impactados pelo clima. No caso da laranja, cujo principal Estado produtor é São Paulo, tivemos a pior quebra de safra da história. Até a produção de soja marcada por seguidos recordes nos últimos anos perdeu muito em produtividade.

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Mas é o futuro próximo que preocupa. Os custos de produção no agronegócio devem subir ainda mais. Com a falta de chuva, quem puder irrigar vai demandar mais energia para captar água com as bombas hidráulicas. Isso se não houver restrição no uso da água pelo setor.

Resiliência o agronegócio tem de sobra. É o setor capaz de vencer as mais diferentes crises e tem evitado um colapso da economia brasileira, mesmo em meio a atual crise sanitária global de Covid-19."

Cassiano Ribeiro, editor-chefe da Globo Rural

Para os criadores de aves e suínos, em especial os do Sul do país, região com as temperaturas mais baixas, o gasto com energia será inevitavelmente maior para manter os alojamentos de pintainhos e porcos em níveis confortáveis para os animais, que precisam de uma temperatura ideal para o seu desenvolvimento.

Leia mais opiniões e análises no Vozes do Agro

Resiliência o agronegócio tem de sobra. É o setor capaz de vencer as mais diferentes crises e tem evitado um colapso da economia brasileira, mesmo em meio a atual crise sanitária global de Covid-19.

Neste ano, somente as fazendas brasileiras devem faturar mais de R$ 1 trilhão. Já o PIB do setor, que é a soma de tudo o que é produzido dentro e fora das porteiras, está estimado em quase R$ 2 trilhões.

*Cassiano Ribeiro é editor-chefe da Revista Globo Rural e comentarista de agronegócio da rádio CBN.

As ideias e opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do seu autor e não representam, necessariamente, o posicionamento editorial da Revista Globo Rural.
Source: Rural

Além das consequências sobre o modal hidroviário, abordadas na última coluna, a crise hídrica pode segurar o crescimento do agronegócio, que vem sustentando o produto interno bruto (PIB) brasileiro nos últimos anos. Em 2020, a recessão econômica poderia ser pior do que os 4,1% registrados pelo IBGE se não fossem os resultados expressivos da agricultura e da pecuária, que passaram a representar 26% do PIB do Brasil, ante 20% em 2019.

A estabilização da atividade econômica do setor, destacada na capa do jornal Valor Econômico de terça-feira (22/6), não é necessariamente ruim, mas o setor seria mais produtivo, caso não houvesse a seca que o Brasil sofreu nesse último ano. Antes de rever suas expectativas, a consultoria MB Agro projetava para 2021 alta de 2,5% a 3% no PIB do campo.

 

Esse cenário tem reflexos não apenas na vida de quem mora na zona rural, mas no cotidiano de todos os brasileiros. Entre as culturas mais afetadas pela seca, estão a cana, por consequência, o açúcar e o etanol. 

Milho, feijão, café e laranja também foram impactados pelo clima. No caso da laranja, cujo principal Estado produtor é São Paulo, tivemos a pior quebra de safra da história. Até a produção de soja marcada por seguidos recordes nos últimos anos perdeu muito em produtividade.

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Resiliência o agronegócio tem de sobra. É o setor capaz de vencer as mais diferentes crises e tem evitado um colapso da economia brasileira, mesmo em meio a atual crise sanitária global de Covid-19."

Cassiano Ribeiro, editor-chefe da Globo Rural

Para os criadores de aves e suínos, em especial os do Sul do país, região com as temperaturas mais baixas, o gasto com energia será inevitavelmente maior para manter os alojamentos de pintainhos e porcos em níveis confortáveis para os animais, que precisam de uma temperatura ideal para o seu desenvolvimento.

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Neste ano, somente as fazendas brasileiras devem faturar mais de R$ 1 trilhão. Já o PIB do setor, que é a soma de tudo o que é produzido dentro e fora das porteiras, está estimado em quase R$ 2 trilhões.

*Cassiano Ribeiro é editor-chefe da Revista Globo Rural e comentarista de agronegócio da rádio CBN.

As ideias e opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do seu autor e não representam, necessariamente, o posicionamento editorial da Revista Globo Rural.
Source: Rural

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