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Com apenas oito dias para fazer os ajustes necessários para dar início às contratações do novo Plano Safra que será anunciado nesta terça-feira (22/6) pelo Ministério da Agricultura, o setor financeiro acredita que haverá entraves para a liberação dos recursos aos produtores até o dia 1º de julho, quando começa oficialmente a temporada 2021/2022 no país.

Em nota, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) afirmou que os atrasos só não ocorrerão se houver manutenção das mesmas regras de financiamento do ano-safra 2020/2021 – cenário considerado pouco provável.

Mudanças nas taxas de juros e prazos de financimento do novo Plano Safra exigirão adaptações por parte dos bancos (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

 

“A divulgação das condições do PAP (Plano Agrícola e Pecuário) com antecedência permite que todos os atores do agronegócio possam se preparar para o novo ano safra. Porém, quando a divulgação é feita faltando apenas poucos dias para seu início, podem existir entraves para que os recursos sejam oferecidos no dia 1/7”, afirma a instituição.

Além das condições financeiras dos financiamentos, como prazos e taxas de juros, as mudanças solicitadas pelo próprio setor ao governo em relação ao Plano Safra passado também terão impacto nos ajustes necessários para o início das contratações.

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De acordo com diretor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Bruno Lucchi, os ajustes entre um plano e outro são dados como certo, apesar das expectativas do setor de manutenção das taxas de juros e preservação das linhas de investimento consideradas prioritárias – como construção de armazéns e de novas tecnologias.

Ele lembra que o valor das contratações desses linhas cresceu 47% de julho do ano passado a maio deste ano, o que reforçaria a necessidade de manutenção desses programas.

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“O tempo realmente é curto, mas a gente espera que as adequações sejam feitas o mais rápido possível para que, quando o produtor for na agência, consiga tomar esse crédito uma vez que ele teve dificuldade de tomar o pré-custeio em função da demora na aprovação do orçamento”, lembra Lucchi.

Diante do impasse orçamentário para recompor os recursos de subvenção ao crédito rural, a Secretaria do Tesouro Nacional suspendeu novas contratações do Plano Safra 2020/2021 em maio deste ano, bloqueando R$ 9,4 bilhões que ainda restavam para serem contratados.

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Em média, ele acredita que as adequações levem de uma a duas semanas para serem feitas – prazo que se traduziria em atraso para a liberação dos recursos. “Isso é normal. O que não foi normal este ano foi a demora na aprovação do orçamento. Não é por causa das mudanças que vão ser feitas pelo Conselho Monetário Nacional que vamos ter problemas porque teoricamente elas sempre ocorrem", ressalta.

Lucchi pondera que os possíveis atrasos serão em função da demora na aprovação do orçamento da União, "em função de inúmeros problemas que ocorreram”. O diretor técnico da CNA dá como certa a alteração nas normas de financiamento do novo Plano Safra.

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“Acredito que a demora nos ajustes não deve passar de duas semanas. E isso pode ser compensado na agilidade das respostas que o banco pode dar ao produtor rural. Porque, geralmente, tem projetos que demoram a ter retorno e, normalmente, o produtor já esta trabalhando a terra, precisa comprar insumos, e ainda não teve resposta da instituição financeira”, avalia.

Procurado, o Banco do Brasil assegurou que disponibilizará os recursos do Plano Safra já no primeiro dia da nova temporada, em 01/7. A instituição responde por 53,7% dos financiamentos destinados ao setor, com um carteira de crédito estimada em R$$ 200 bilhões em maio deste ano.
Source: Rural

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