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As pesquisas em andamento realizadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), indicam que a elevação no preço do leite pago ao produtor em junho pode ser de pouco mais de 5% sobre a valor recebido em maio, quando a Média Brasil ficou em  R$ 2,0364/litro.

Na imagem, produtor rural ordenha vaca e leite vai direto para o balde (Foto: Getty Images)

 

Segundo a pesquisadora Natália Grigol, do Cepea, a oferta de leite segue limitada no campo, devido à seca em importantes bacias leiteiras e ao aumento expressivo dos custos de produção.

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“Como consequência do menor volume disponível, indústrias seguiram competindo pela compra de matéria-prima em maio – o que deve elevar, pelo terceiro mês consecutivo, o valor no campo a ser recebido pelo produtor em junho.”

Ela observa que a média de preços de janeiro a maio de 2021 está 33,4% acima da registrada no mesmo período do ano passado, em termos reais (dados deflacionados pelo IPCA de maio/21). A pesquisadora chama a atenção para o fato de a valorização do leite no campo não significar rentabilidade para o produtor, tampouco demanda aquecida dos lácteos. 

O cenário que se desenha é de bastante dificuldade para o setor, com margens espremidas tanto no segmento produtivo quanto industrial

Natália Grigol, pesquisadora do Cepea

Natália ainda aponta que sazonalmente, durante o outono e inverno, o menor volume de chuvas prejudica a qualidade das pastagens, mas neste ano, a seca tem sido mais intensa, atingindo com gravidade importantes bacias leiteiras do Centro-Oeste, Sudeste e Sul do País e prejudicando a alimentação volumosa do rebanho. Pesquisas do Cepea mostram perda substancial na margem do produtor nos últimos meses, em decorrência do aumento dos custos de produção

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As indústrias, por sua vez, estiveram competindo ainda mais pela compra de matéria-prima, para tentar manter suas posições no mercado lácteo, diz a pesquisadora. Em maio, as negociações de leite spot estiveram aquecidas, e o preço médio em Minas Gerais saltou de R$ 2,19/litro, na primeira quinzena do mês, para R$ 2,56/litro na segunda quinzena (alta de 16,5%).

Média ponderada líquida referente aos estados de Bahia, Goiás, Minas Gerias, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. No gráfico, oscilação de preços mostra que chances de subir mais de 5% em junho (Foto: Reprodução/Cepea)

 

Ela lembra que, na segunda metade de abril, o preço médio era de R$ 2,04/litro. “Com a valorização da matéria-prima e com os estoques de lácteos enxutos, os preços dos derivados também se elevaram em maio. No entanto, as negociações seguiram limitadas, já que as cotações dos lácteos já estão em patamares altos e a demanda, fragilizada, por conta do menor poder de compra de grande parcela da população brasileira.”

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De abril de 2020 para abril de 2021, houve aumento de 38% no peso que o valor da matéria-prima representou no preço final do longa vida, de 22% no caso da muçarela e de 12% para o leite em pó, de acordo com os estudos do Cepea.

“Isso significa que a indústria, apesar de impor aumentos importantes nos valores finais dos lácteos, não têm conseguido fazer o repasse completo dos custos elevados no campo, de modo que suas margens também estão sendo pressionadas.”

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Source: Rural

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