Skip to main content

A área de trigo no Rio Grande do Sul pode crescer de 15% a 20% neste ano, impulsionada pela demanda vinda da indústria de carnes que tem encontrado no cereal uma alternativa para ração em meio à quebra na safra de milho e altos preços, estimou nesta segunda-feira a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (FecoAgro).

Frigoríficos estão buscando tanto o trigo nacional quanto o importado para utilizar como ração animal (Foto: Acervo/Ed. Globo)

 

Com isso, a federação acredita que a área semeada poderá ficar em torno de 1,1 milhão de hectares, disse a jornalistas o presidente da entidade, Paulo Pires, em evento online.

"Temos uma questão nova em 2021 que é a questão da alimentação animal… Neste momento, com a entrada a indústria de carnes para alimentação animal, está mais interessante vender aqui do que exportar", afirmou ele.

saiba mais

Bunge anuncia retomada de moagem de trigo em Brasília

 

Pires disse que os produtores estão sendo incentivados a aumentar o plantio também em função dos preços atrativos do cereal e por estarem mais capitalizados devido aos bons preços e à safra de verão, que gerou resultados positivos.

"Caso se confirmem as estimativas e as condições normais de lavoura até a colheita, os gaúchos poderão ter a maior safra de trigo da história", afirmou Pires, ao ressaltar que a produção tem chances de superar 3,5 milhões de toneladas.

Deste total, ele acredita que 50% a 60% vá para a indústria moageira, como de costume. E com a ampla demanda do setor de carnes, é possível que a exportação do cereal seja afetada. No ano passado, segundo Pires, os embarques de trigo gaúcho chegaram a 1 milhão de toneladas.

saiba mais

Em crise, indústria da carne reduz peso do abate de frangos e suínos para poupar ração

 

"Este ano creio que a exportação vai diminuir um pouco pelo menos nesse primeiro momento. Isso pode mudar, mas tenho a impressão que continuando a escassez de milho provavelmente esse primeiro trigo do Rio Grande do Sul vai ser vendido para ração", afirmou.

Ele acrescentou, porém, que a movimentação dos preços internacionais da soja e milho, assim como o dólar –que tem recuado– também podem fazer com que o milho volte a ocupar mais espaço entre os frigoríficos.

saiba mais

Alto custo do milho faz Brasil olhar para trigo como substituto na ração animal

 

"A gente nunca sabe de mercado futuro, se os preços baixarem lá na frente, ele começa a se tornar não atrativo para o produtor vender para a indústria animal", admitiu.

Atualmente, frigoríficos estão buscando tanto o trigo nacional quanto o importado, assim como o milho, para utilizar como ração animal em meio a fortes exportações de carnes.
Source: Rural

Leave a Reply