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O governo do presidente Jair Bolsonaro reforçou nos últimos dias uma campanha que pede "consumo consciente" de energia e água aos brasileiros, em movimento que ocorre diante de uma escassez histórica de chuvas, que tem pressionado os reservatórios das hidrelétricas, principal fonte de geração do país.

Tanto o Ministério de Minas e Energia quanto a Casa Civil da Presidência da República divulgaram materiais publicitários sobre a iniciativa em suas redes sociais, enquanto a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) também passou a fazer divulgações recorrentes sobre o tema em seus canais online.

Rede de transmissão de energia elétrica (Foto: Christian Rizzi / Editora Globo)

 

"O Brasil enfrenta o pior período de seca dos últimos 91 anos, principalmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Com isso, os reservatórios das usinas hidrelétricas estão em níveis baixos. Assim, mesmo com o fornecimento de energia garantido, devemos evitar o desperdício", escreveu a pasta de Energia em notícia publicada em seu site.

O chefe do ministério, Bento Albuquerque, tem defendido que o governo não vê riscos de déficit de energia ou de racionamento. Mas ele admitiu que a falta de chuvas exigirá "medidas excepcionais" para atendimento à demanda, incluindo o acionamento de usinas termelétricas, mais caras, e medidas para flexibilizar condições operativas de algumas usinas hídricas.

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Em meio à situação de alerta, equipes da pasta de Minas e Energia participaram na terça-feira (8/6) de uma reunião no Palácio do Planalto para discutir a "conjuntura hidroenergética" com representantes da Casa Civil da Presidência da República.

Questionado sobre a campanha de consumo consciente divulgada em seu site e a reunião com a Casa Civil, o ministério disse em nota apenas que a iniciativa de mídia sobre racionalização de consumo de energia e água teve início em dezembro de 2020 e segue em curso, "tendo em vista a conjuntura hídrica e energética".

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"O objetivo da campanha é conscientizar a população acerca do baixo nível dos reservatórios e, consequentemente, incentivar a economia do consumo de água e energia, por meio de dicas práticas e fáceis de serem implementadas em qualquer residência doméstica. A campanha contempla inserções em nível nacional, em cadeia de TV, rádio e mídia, além de aeroportos, pontos de ônibus e internet", explicou.

Antes das últimas medidas, a mais recente campanha incentivando consumo consciente de eletricidade havia sido lançada pela Aneel no final de 2017, quando os lagos das hidrelétricas do Nordeste e do Sudeste tocaram níveis mínimos históricos para a época do ano.

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No governo federal, a última iniciativa nesse sentido foi lançada em 2015, ano em que também houve aperto na oferta de energia, com a campanha "Uso consciente de energia- use o bom senso". As novas preocupações com a oferta de energia no Brasil ocorrem 20 anos depois de o país ter enfrentado um histórico racionamento de eletricidade.

A consultoria especializada PSR disse neste mês que não vê por ora risco de falta de energia ou racionamento, mas pontuou que a situação é "preocupante" e sugeriu que o governo tomasse medidas para incentivar a população a reduzir o consumo.

Em paralelo, o Ministério de Minas e Energia iniciou conversas com representantes da indústria para avaliar um possível plano que incentive o setor a reduzir voluntariamente sua demanda durante momentos de pico de carga.

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Source: Rural

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