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O diretor-técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Bruno Lucchi, disse à Globo Rural que o ajuste entre os ministérios da Economia e Agricultura para a definição do volume de recursos, taxa de juros e áreas prioritárias do novo Plano Safra tem que ser muito rápido para os bancos terem tempo de adequar o sistema às regulações.

Nesta sexta-feira (11/6), após a recomposição dos valores do Plano Safra ter sido sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro, a Secretaria do Tesouro Nacional autorizou a retomada pelos bancos das operações de crédito rural da safra 2020/21, que haviam sido suspensas ainda em maio.

Início da safra de milho em Sorriso no Mato Grosso (Foto: Mariana Grilli)

 

 

“Se mudar muita coisa, pode haver um atraso na concessão do crédito nas primeiras semanas de julho, já que as decisões e novas regulamentações têm que ser validadas em reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) antes de chegar aos bancos.”

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Segundo Lucchi, pelo menos a sanção do presidente Jair Bolsonaro ao projeto de lei complementar PLN 4/2021 publicada na quinta-feira vai liberar os créditos remanescentes do atual Plano Safra que estavam travados.

Ele diz que o processo que culminou na necessidade da elaboração do PLN poderia ter sido menos traumático, mas não acredita que isso abale a credibilidade do sistema de crédito rural brasileiro.

Pode haver um atraso na concessão do crédito nas primeiras semanas de julho

Bruno Lucchi, diretor-técnico da CNA

O diretor da CNA não aposta em queda da taxa de juros no novo Plano Agrícola, mas diz que a entidade espera que pelo menos não haja aumento. “Sabemos que tudo está em negociação. O governo pode manter a taxa de custeio e elevar a de investimentos ou o contrário, por exemplo.”

Ele diz que, em reuniões da CNA com o Mapa, foi acordada a priorização de recursos para investimentos porque no ano passado os recursos acabaram muito cedo. “Conversamos com muitos produtores que nos falaram sobre os planos de investir mais neste ano. Mas isso depende da liberação do crédito.”

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Segundo Lucchi, a entidade confia que a reivindicação de aumento da renda bruta anual do produtor para o enquadramento no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) será contemplada no plano a ser anunciado pela ministra Tereza Cristina em duas semanas.

“Talvez não saia nos valores que a gente pediu, com um aumento de 32%, mas deve ter atualização, já que isso não acontece desde 2018 e, desde então, houve muitos aumentos de preços de produtos.”

Ele cita como exemplo o milho, um dos produtos agrícolas que mais demanda financiamento dos pequenos produtores, e diz que, se não houver ajuste para cima do valor da renda bruta, muitos agricultores vão ficar sem crédito para o custeio. A entidade pede aumento de R$ 415 mil para 550 mil no Pronaf e de R$ 2 milhões para R$ 2,6 milhões no Pronamp.

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Sobre uma maior participação dos bancos privados nos recursos do crédito rural oficial, viabilizada pela aprovação da Lei do Agro, Lucchi diz que o ambiente de fiscalização e de exigências ainda é muito pesado, o que não incentivou as instituições no ano passado. “Neste ano, visualizamos um cenário diferente porque a taxa de juros subiu. Mais bancos privados devem manifestar interesse em financiar o setor.”

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Source: Rural

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